‘É possível ser gay e ganhar muitos títulos’, diz ex-goleiro Emerson, ídolo do Bahia

Por Redação
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Foto: Arquivo Pessoal

Emerson Ferreti, ex-goleiro e ídolo do Bahia, falou pela primeira vez sobre a sexualidade. Aos 50 anos, o ex-jogador afirmou ser gay em entrevista ao podcast “Nos Armários dos Vestiários”, do ge.com. Durante o bate-papo, ele falou sobre a decisão de tornar público o fato de ser homossexual.
“É possível ser gay, ídolo e ganhar títulos. Dá para ser um jogador talentoso. Dá para ter sucesso no futebol. Eu cumpri minhas obrigações dignamente. Fui profissional e entreguei desempenho, isso acaba me motivando para deixar um legado fora de campo também. Falar sobre o assunto, jogar luz sobre o assunto vai fazer, com certeza, primeiro, quebrar um pouco esse silêncio que existe, porque sempre existiu gay no futebol. Só que ninguém fala, todo mundo ignora isso, faz de conta que não tem”, desabafou.

Emerson, eleito melhor goleiro do Brasileirão de 2001 pelo Bahia e campeão da Copa do Brasil em 1999 pelo Juventude, falou sobre o preconceito que enfrentou fora dos campos.

“Não tive contato nenhum com o mundo gay até os 21 anos. E o que ouvia era o pensamento de todo mundo da família que reproduzia o pensamento da época e do local, o Rio Grande do Sul, um estado bem machista, conservador. Falavam que ser gay era sem-vergonhice, descaração, uma aberração. Era inferiorizado, muito relacionado à promiscuidade. Então, tudo o que era negativo, se jogava lá. Eu cresci ouvindo isso”, disse.

 

Segundo Emerson, a fama de gay prejudicou a carreira de jogador de futebol. “Eu parei de jogar com 35 anos, fui até o final, joguei em vários clubes. Sei que a fama me prejudicou bastante. Eu poderia até ter tido muito mais sucesso. Poderia ter feito muito mais coisas do que fiz, ter conquistado muito mais coisas. Eu acredito que é muito positiva (a carreira), principalmente por ter conseguido enfrentar tudo isso, ter sobrevivido até o final. O fato de ser gay não me parou, eu fui até o final. Mas sei de dirigentes que não me contrataram porque eu sou gay”. iBahia

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