Policiais são Condenados Pela Morte do Artista Nadinho

No dia 5 de março  o juiz Paulo Roberto Santos de Oliveira proferiu uma decisão determinante: os três policiais envolvidos no caso da morte do artista Nadinho foram sentenciados, com direito a recurso em liberdade.

• Soldado Edvaldo Nunes de Almeida: 2 anos e 8 meses de detenção (regime inicial aberto).
• Ex-soldado Leandro Santos Xavier: 3 anos, 4 meses e 6 dias de detenção (regime inicial aberto).
• Soldado Dinalvo dos Santos Paixão: 2 anos e 8 meses de detenção (regime inicial aberto).

A sentença revela que Leandro Santos Xavier recebeu uma pena mais severa por ter sido o responsável pelos disparos que resultaram na morte de Nadinho. Enquanto Edvaldo Nunes de Almeida e Dinalvo dos Santos Paixão também efetuaram disparos, estes não atingiram o artista.

Os condenados foram afastados e demitidos pela morte de Nadinho. Em outubro de 2023, a Polícia Militar anunciou a demissão de Leandro Xavier após a conclusão do inquérito interno. Além da demissão, medidas disciplinares foram aplicadas aos outros dois policiais envolvidos, Edvaldo Nunes e Dinalvo dos Santos, que estão detidos no Batalhão de Choque da PM.

Segundo a Polícia Militar, o inquérito conduzido pela corregedoria da corporação foi encaminhado à Justiça, acompanhado de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que investigou a conduta dos militares. O PAD concluiu que o policial militar demitido “desvirtuou a finalidade constitucional atribuída ao exercício da função pública e a confiabilidade da população na corporação militar baiana”.

Relembrando o crime, familiares relataram que os policiais chegaram ao local efetuando disparos. Nadinho foi fatalmente atingido por um tiro que atravessou seu corpo. A versão inicial da PM alegava que Nadinho havia disparado contra a guarnição, mas a família contestou essa narrativa.

Uma reconstituição do caso foi realizada em junho de 2018, resultando no indiciamento por homicídio doloso dos três policiais envolvidos, que estavam afastados de suas funções. Porém, em julho do mesmo ano, a perícia desmentiu a versão policial de que Nadinho teria atirado contra eles.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) acolheu a decisão judicial e desclassificou a infração penal para homicídio culposo. O caso foi remetido à Justiça Militar, onde os réus responderão por esse crime. Com essa reclassificação, o MP-BA não possui mais jurisdição sobre o processo.