O futuro incerto do Irã após a morte do presidente: entenda o impacto da perda no país

Por Redação
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O Impacto da Morte do Presidente do Irã Ebrahim Raisi

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu em um acidente de helicóptero, gerando incertezas sobre o futuro da República Islâmica. A morte de Raisi não deve mudar a política imediatamente, mas levanta questões sobre a sucessão de Ayatollah Ali Khamenei.

A longo prazo, a morte de Raisi pode ter implicações significativas, uma vez que a questão da sucessão de Khamenei se torna mais premente devido à sua idade avançada. Enquanto o presidente pode influenciar as políticas, o Líder Supremo detém o verdadeiro poder, controlando o judiciário, a política externa e as eleições.

O acidente de helicóptero que vitimou Raisi e o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, ocorreu em condições climáticas adversas no noroeste montanhoso do Irã. Essas mortes se dão em um momento de desafios internos e externos para o regime iraniano, com repressão interna e conflitos regionais com Israel e os EUA.

No curto prazo, Mohammad Mokhber assumirá como presidente interino, enquanto o país se prepara para eleições nos próximos 50 dias. Raisi, considerado um possível sucessor de Khamenei, era conhecido por suas políticas conservadoras, o que torna o futuro político do Irã menos certo após sua morte.

Raisi, um clérigo conservador, tinha ligações estreitas com a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), alimentando especulações sobre sua sucessão de Khamenei. Ele foi eleito em 2021, mas com baixo comparecimento, evidenciando a crise de legitimidade do governo.

Ao longo de sua carreira judicial, Raisi esteve envolvido em repressões brutais e violações dos direitos humanos, o que contribuiu para a impopularidade do governo. Sua morte levanta dúvidas sobre a próxima disputa presidencial e a possibilidade de mudanças significativas.

A precariedade internacional do Irã também é um ponto de preocupação, com conflitos por procuração com Israel e tensões nucleares. A morte de Raisi não deve alterar esses esforços internacionais, uma vez que Amirabdollahian, próximo ao IRGC, assume como ministro interino das Relações Exteriores.

A incerteza política interna do Irã pode aumentar o risco de conflitos diretos com os EUA ou Israel, especialmente em relação ao programa nuclear iraniano. No entanto, esse período de transição pode representar uma oportunidade para diminuir as tensões e buscar soluções diplomáticas.

A verdadeira mudança no Irã, segundo especialistas, virá por meio de uma reforma sistêmica e constitucional que promova uma cultura política mais inclusiva e participativa. Portanto, o futuro do país dependerá não apenas de uma única pessoa, mas de uma transformação estrutural mais ampla.

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