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O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (5) a excomunhão do arcebispo italiano ultraconservador Carlo Maria Vigano, de 83 anos, por sua recusa em reconhecer e submeter-se à autoridade do Papa Francisco. Vigano, que foi embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos, foi citado em junho ante a Justiça da Santa Sé e excluído da Igreja Católica, conforme comunicado do Dicastério para a Doutrina da Fé.
Em comunicado oficial, o Dicastério para a Doutrina da Fé afirmou: “Conhecemos suas declarações públicas que mostram a negativa (…) de comunhão com os membros da Igreja”. Essa medida excepcional tem potencial para causar um impacto significativo nos círculos ultraconservadores, particularmente nos Estados Unidos, onde a oposição ao pontificado de Papa Francisco é acentuada.
Carlo Maria Vigano, influente prelado italiano, desempenhou o papel de núncio apostólico em Washington de 2011 a 2016 antes de se aposentar. Ele é conhecido por suas repetidas acusações ao papa e por suas posições firmemente contrárias à autoridade de Francisco.
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Em 20 de junho, Vigano foi citado ante a Justiça do Vaticano, acusado de “negar a legitimidade do Papa Francisco” e de “rejeitar o Concílio Vaticano II”. Ele não hesitou em expressar suas críticas: “Repudio, rejeito e condeno os escândalos, os erros e as heresias de Jorge Mario Bergoglio [o Papa Francisco], que tem uma gestão do poder absolutamente tirânica”, declarou.
Vigano também usou suas redes sociais para comentar o processo: “Considero que as acusações apresentadas contra mim são um horror. Em suas declarações, ele criticou o Concílio Vaticano II (1962-65), que é visto como um marco de adaptação da Igreja ao mundo moderno. Para Vigano, o Concílio “representa o câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico do qual a Igreja ‘Bergogliana’ Sinodal é a metástase necessária”.
Esta excomunhão ressalta as tensões dentro da Igreja Católica entre os seguidores mais conservadores e a atual liderança sob o Papa Francisco. A ação do Vaticano reflete a postura firme contra aqueles que desafiam abertamente a autoridade papal e buscam minar os esforços de reforma e modernização dentro da instituição.