Nas últimas semanas, o eleitorado mais radical do Partido Republicano tem ecoado ameaças de “guerra civil” em caso de derrota do ex-presidente Donald Trump. Em entrevista à agência Lusa, Jimmie Williams, delegado democrata por Washington DC, expressou preocupação com a postura de Trump, encorajando sua base aliada a desafiar os resultados eleitorais e se preparar para o cenário de uma guerra civil.
Williams destacou que as ações de Trump representam uma ameaça real de anarquia, guerra civil e terrorismo doméstico nos Estados Unidos. Ele citou exemplos como o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021, quando apoiadores do ex-presidente tentaram invalidar violentamente a vitória eleitoral de Joe Biden.
Ao questionarem Williams sobre como o país poderia se preparar para tal cenário, o delegado apontou falhas no sistema eleitoral e a tentativa dos republicanos de mudar as regras eleitorais em seu favor em vários estados, como a Geórgia. Trump foi acusado de tentar anular ilegalmente a eleição presidencial de 2020 nesse estado.
O Conselho Eleitoral da Geórgia, controlado pelos republicanos, introduziu novas regras antes das eleições presidenciais de 2024, dando mais poder às autoridades locais para investigar votos após a eleição. Especialistas alertam que essas mudanças podem permitir que os negacionistas dos resultados eleitorais criem incertezas e desacelerem o processo de certificação dos votos.
Williams antecipou que Trump continuará galvanizando sua base com acusações infundadas de fraude eleitoral e disseminando notícias falsas caso seja derrotado. Ele enfatizou a importância de vencer fortemente as eleições para evitar o cenário de guerra civil.
Na Convenção Nacional Democrata, que aconteceu recentemente, o clima era de festa entre os milhares de delegados que nomearam Kamala Harris e Tim Walz como candidatos democratas a Presidente e vice-presidente dos Estados Unidos, respectivamente. Williams destacou o entusiasmo gerado pela entrada de Harris na corrida, destacando sua representatividade como potencial primeira mulher, afro-americana e mulher asiática a ser presidente.
Apesar do clima festivo na convenção, Williams ressaltou os protestos contra o apoio dos EUA a Israel na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Ele explicou que os delegados têm pouco poder para influenciar questões internacionais, mas reconhecem a importância de eleger Kamala Harris.
Em resumo, a preocupação com a possibilidade de guerra civil nos EUA, impulsionada por ações de Trump e fragilidades no sistema eleitoral, se torna um tema central de discussão, enquanto a política no país segue marcada por divisões e incertezas.
Fonte: iNoticias