No Dia da Independência da Ucrânia da União Soviética, foi promulgada uma nova lei que proíbe a Igreja Ortodoxa com ligações à Rússia. Esta medida, denunciada pela Rússia, foi adotada pelo parlamento ucraniano na terça-feira.
O Patriarcado de Moscovo condenou a proibição, chamando-a de ilegal. No entanto, o presidente ucraniano, Zelensky, defendeu a decisão, afirmando que ela fortaleceria a independência do país e libertaria os ortodoxos ucranianos dos “demônios de Moscovo”.
Agora, a Igreja Ortodoxa com vínculos à Rússia, que já foi a mais popular na Ucrânia, enfrenta um declínio de seguidores à medida que o nacionalismo ucraniano ganha força em contraposição à Rússia. A criação de uma Igreja Ortodoxa independente de Moscovo em 2018 acelerou esse processo, intensificado pela invasão russa em 2022, apoiada abertamente pelo Patriarcado de Moscovo.
Com cerca de 9.000 paróquias na Ucrânia, a Igreja com ligações à Rússia continua a ser uma presença significativa. No entanto, em 2022, uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev revelou que 66% dos ucranianos apoiavam a proibição da Igreja ligada a Moscovo, enquanto 54% se identificavam com a Igreja independente.
A Igreja visada pela proibição cortou laços com o Patriarcado de Moscovo em maio de 2022, alegando perseguição por parte das autoridades ucranianas. O governo ucraniano, por sua vez, argumenta que a instituição ainda mantém dependência da Rússia e que vários de seus líderes estão sob investigação.
Essa mudança na preferência religiosa reflete uma crescente identificação dos ucranianos com a Igreja Ortodoxa independente em detrimento daquela vinculada à Rússia. A decisão de Zelensky de proibir a Igreja Ortodoxa com laços russos marca um ponto de inflexão na relação religiosa e política entre os dois países.
Neste contexto, a Ucrânia está reafirmando sua soberania e identidade nacional, buscando se distanciar da influência russa em diferentes esferas, incluindo a religiosa. A proibição da Igreja Ortodoxa com ligações à Rússia representa um passo significativo nesse processo de afirmação e autonomia do país.
Fonte: iNoticias
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