Kamala Harris e Oprah humanizaram as consequências das proibições do aborto nos estados.

Kamala Harris e Oprah Winfrey discutem o aborto em fórum emocional

Na noite de quinta-feira, a candidata democrata à presidência, Kamala Harris, participou de um fórum em estilo de prefeitura organizado por Oprah Winfrey em Michigan. Durante o evento, Harris abordou várias questões importantes, como armas e imigração, mas foi o tópico do aborto que se destacou como o mais emocional e provocativo.

O momento crucial do fórum envolveu a trágica história de Amber Thurman, uma mulher negra de 28 anos da Geórgia. Thurman faleceu em agosto de 2022 devido a complicações após um aborto medicamentoso, desencadeando debates sobre as leis restritivas do aborto no estado.

Após a Suprema Corte anular o direito ao aborto protegido por Roe v. Wade, a Geórgia implementou uma legislação rigorosa que limitou drasticamente o acesso ao aborto para gestantes com mais de seis semanas de gravidez. Thurman, com nove semanas de gestação, não conseguiu receber o tratamento necessário devido a essas restrições, resultando em sua morte evitável.

A família de Thurman expressou sua indignação em relação à proibição do aborto que levou à morte de Amber, chamando-a de “mais um número” vitimado por políticas inadequadas.

Durante o evento, Kamala Harris expressou suas condolências à família e destacou a urgência de ampliar os direitos ao aborto para evitar tragédias semelhantes. Ela enfatizou a importância de políticas progressistas em relação ao aborto, uma posição adotada pelos democratas.

Os democratas defendem a expansão dos direitos ao aborto em meio a desafios legais

Após a decisão da Suprema Corte em Dobbs v. Jackson Women’s Health Organization, vários estados, incluindo a Geórgia, impuseram restrições severas ao aborto. A Lei LIFE da Geórgia proíbe o aborto após a detecção da atividade cardíaca embrionária, com exceções limitadas para emergências médicas.

Os democratas têm apoiado iniciativas para proteger o acesso ao aborto, visando aumentar a participação eleitoral. A questão do aborto se tornou central nas eleições recentes, com os eleitores democratas e em geral demonstrando preocupação com o tema, de acordo com o Pew Research Center.

Kamala Harris criticou o ex-presidente Donald Trump por sua influência na Suprema Corte e na reversão das proteções de Roe v. Wade. Ela prometeu aprovar legislação federal para proteger o direito ao aborto, embora isso dependa de uma maioria democrata no Congresso.

Por outro lado, Donald Trump defende a autonomia dos estados em questões de aborto e nomeações judiciais conservadoras, o que pode impactar o acesso ao aborto no futuro.