Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru, Paraguai e Uruguai emitiram uma nota conjunta no fim da noite deste domingo (30) em que se aliam a apelo do Papa sobre crise na Venezuela
No documento, os governos latinos afirmaram que é “imprescindível” contar com “condições muito claras” para uma saída negociada para a crise política, econômica e humanitária “no país-irmão”.
“Estamos de acordo com o papa Francisco para que se faça tudo o que for possível para a Venezuela, mas com as garantias necessárias. […] Que cesse a violência, que se retorne à plena funcionalidade do Estado de direito, se libertem os prisioneiros políticos, se restituam as prerrogativas da Assembleia Nacional e se defina uma calendário eleitoral”, escreveram os oito governos na nota.
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A missiva foi publicada após o papa Francisco voltar a fazer dois apelos para a paz na Venezuela. O primeiro foi feito durante o voo de volta do Egito para Roma, ocorrido no sábado (29), que Jorge Mario Bergoglio foi questionado por jornalistas sobre a intermediação do Vaticano na crise.
O Pontífice afirmou que a Santa Sé poderia tentar uma nova mediação caso existam “condições muito claras”. Ele ainda fez uma crítica de que “parte da oposição” não quer esse tipo de condições e ressaltou que “a própria oposição está dividida”.
Já no domingo (30), durante uma celebração na Praça São Pedro, o líder católico pediu orações para o país, exortando que governo e oposição entrem em um consenso e respeitem os direitos humanos dos civis.
Um dos líderes da oposição, Henrique Capriles, criticou publicamente o Papa dizendo que não há divisões no grupo opositor e ressaltou que a oposição deixou as negociações mediadas pelo Vaticano no ano passado porque o governo de Nicolás Maduro não respeitou o que tinha sido debatido.
Após a declaração, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), que reúne todos os grupos opositores a Maduro, publicou uma carta aberta em que nega a existência de divergência entre os partidos.
Por sua vez, Maduro deu uma entrevista à emissora estatal “VTV” e destacou que “respeita” as expressões do Pontífice, além de dizer que Bergoglio “entregou seu melhor esforço para o diálogo”. (ANSA). (NM)