O poderoso furacão Irma devastou nesta quarta-feira, 6, as ilhas de Saint Barth e Saint Martin, no Caribe, arrasando a parte francesa do território, onde deixou seis mortos, além de fazer uma vítima em Barbuda, e agora avança em direção à Flórida.
Ao menos “seis mortes” foram registradas na parte francesa de Saint Martin, que ficou quase totalmente destruída com a passagem de Irma, furacão de categoria 5 na escala Saffir-Simpson, informaram as autoridades locais.
Segundo Daniel Gibbs, presidente do Conselho Territorial de Saint Martin, o furacão “destruiu 95% da ilha”. “Não estamos seguros de nada (…), ainda fazemos uma avaliação, mas estou chocado, isto é alarmante”.
Eric Maire, prefeito do departamento francês de Guadalupe, confirmou seis mortes em Saint Martin e advertiu que o número de vítimas pode crescer.
O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu para um resultado “duro e cruel” pela passagem do furacão.
O olho de Irma, de quase 50 km de diâmetro, permaneceu por cerca de uma hora e meia sobre a ilha francesa de Saint Barth, para depois se deslocar a Saint Martin, que está dividida entre uma zona francesa e outra holandesa.
Nas redes sociais, fotos e vídeos revelam a devastação nas ilhas, onde eletricidade e comunicações estão cortadas, barcos, destruídos, árvores e telhados foram arrancados e as ruas ficaram inundadas.
O mar “invadiu com extrema violência” o litoral, “submergindo de forma importante as partes baixas do litoral”, segundo a agência meteorológica francesa Météo-France.
Na parte holandesa de San Martín os danos também eram “enormes”, mas ainda “não era possível se ter uma ideia” da destruição, segundo o ministro holandês do Interior, Ronald Plasterk.
Barbuda sob escombros
Na ilha de Barbuda, o furacão deixou um morto e “devastação total”, segundo o primeiro-ministro da pequena ilha caribenha, Gaston Browne.
A vítima fatal é um menino que era levado pela mãe de uma propriedade destruída para outro local. “É uma devastação total, Barbuda é literalmente um escombro”, disse Browne à imprensa local.
“Absolutamente devastador. Nunca vi tanta destruição como observei em Barbuda esta tarde”, declarou o primeiro-ministro à CNN após sobrevoar a ilha e completou: “Noventa e cinco por cento das propriedades foram danificadas. Com tanta devastação, me surpreende que não haja mais vítimas fatais”.
Irma chegou ao norte de Porto Rico com ventos de 295 km/h, embora seu olho permaneça nas águas do norte da ilha americana, que nesta quarta-feira sofria com fortes chuvas e cortes no fornecimento de energia.
O National Weather Service de Porto Rico alertou sobre “condições muito perigosas em toda a ilha” e estendeu até às 23h15 (00h15 de Brasília) o seu aviso de inundações repentinas.
Às 19h locais (20h de Brasília), o olho de Irma passou a 50 quilômetros ao norte de Porto Rico e se movia a 26 km/h para oeste, em direção à República Dominicana, em uma rota que o levará para a Flórida no fim de semana, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), com sede em Miami.
Com a chegada do furacão, cerca de metade da população de Porto Rico ficou sem energia e as águas saíam do leito em Río Grande e Naranjito. As autoridades habilitaram 154 abrigos para 2.000 pessoas.
Os ventos já eram sentidos em San Juan, a capital. Blanca Santiago, que trabalha lavando pratos em um hotel de frente para o mar, lembrou com o respeito o furacão Georges: “foi devastador”. Estima-se que Irma seja mais forte.
Os ventos atingem com força as paredes e janelas do hotel onde trabalha, de frente para a praia Isla Verde, em San Juan. “No meu andar sinto como se houvesse fantasmas”, brinca Blanca.
Também em San Juan, Carmen Rojas evocou o fantasma de Georges, que em 1998 deixou sete mortos e milhões de dólares em danos. Mas tem a esperança de que Irma não o supere. “Até agora não foi tão forte, acho que Georges foi pior”, afirmou a médica de 38 anos.
O secretário do Departamento de Saúde americano, Tom Price, declarou em emergência de saúde pública Porto Rico e as Ilhas Virgens americanas. “Estamos mobilizando nossos recursos para enfrentar necessidades de saúde imediatas e nos prepararmos para desafios em longo prazo”, escreveu em comunicado.