A guerra civil na Síria parece não ter fim. Do país dizimado, continuam a chegar imagens chocantes que retratam destruição de cidades, mas principalmente o desespero e sofrimentos do povo, vítima de um conflito entre o governo e o exército sírio e as forças rebeldes.
Desde domingo, a Força Aérea tem bombardeado a região de Ghouta Oriental, último bastião dos rebeldes perto da capital, Damasco. Na área, vivem cerca de 400 mil pessoas e o governo não tem poupado nem hospitais.
De acordo com os números mais recentes divulgados pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, 250 pessoas teriam morrido, incluindo cerca de 60 crianças. Estima-se que este bombardeios tenham feito 1.200 feridos.
Segundo a CNN, o Observatório garante que este é o massacre mais mortal sofrido pelo povo sírio, desde o ataque químico de 2013, que também teve como alvo a região de Ghouta Oriental e que provocou cerca de 1.400 vítimas.
“Estamos assistindo ao massacre do século 21”, opinou um dos médicos de Ghouta Oriental ao The Guardian – comparando a situação atual ao massacre de Srebrenica, na Bósnia, considerado por muitos como o maior da década de 90.
A ONU já pediu o fim dos bombardeios. O secretário-geral, António Guterres, mostrou-se “profundamente alarmado pela escalada da situação em Ghout Oriental e pelo seu devastador impacto nos civis”. No entanto, para os civis que vivem nesta região o pesadelo está longe de acabar. O exército sírio, que tem contado com o apoio da aviação russa, vai manter o cerco à região e deve avançar – em breve – com uma invasão terrestre.