A Cassa Depositi e Prestiti (CDP), empresa controlada pelo Ministério de Economia e Finanças da Itália, comprou 4,26% do capital da TIM, principal operadora de telefonia do país.
A informação está em um fato relevante enviado à Comissão Nacional para as Sociedades e a Bolsa (Consob), órgão responsável por fiscalizar o mercado financeiro italiano. A entrada da CDP na TIM foi aprovada em 5 de abril, respeitando o limite de 5%.
O objetivo do governo, que detém 83% da Cassa Depositi e Prestiti, é participar da gestão de ativos considerados estratégicos, como a infraestrutura de rede da TIM. Um dos desejos de Roma é unir a operadora à OpenFiber, empresa de fibra ótica controlada pela companhia energética Enel – também pública – e pela própria CDP.
No entanto, o projeto não atraiu o grupo Vivendi, principal acionista individual da TIM, com 23,94% de participação. Segundo o ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Carlo Calenda, a compra de ações da operadora não é uma “intervenção estatal”.
Mediaset
Em meio às mudanças societárias na TIM, a Vivendi resolveu outra pendência com o governo italiano, ao transferir 19,19% das ações da Mediaset, grupo de mídia da família Berlusconi, para um “blind trust”, o Simon Fiduciaria.
Em 2017, a Autoridade para as Garantias nas Comunicações (Agcom) havia dado um ano para a companhia francesa escolher entre sua participação na TIM ou na Mediaset – a primeira é dona de 70% da Persidera, principal operadora de redes de transmissão da Itália e concorrente do grupo de Berlusconi.
O “blind trust” é um fundo que administra recursos de terceiros sem que os beneficiários tenham poderes para interferir em sua gestão. (ANSA)