O baiano Caio Belinelli, de 21 anos, viralizou nas redes sociais, no último fim de semana, após compartilhar um vídeo inusitado, mas bastante representativo para parte da população de Salvador.
Nas imagens, gravadas em uma embarcação do transporte público de Veneza, na Itália, o agente marítimo reproduz o “bordão” usado por cobradores de vans do transporte alternativo na região de Cajazeiras, na periferia da capital baiana. [Assista ao vídeo acima]
As vans atendem determinados pontos da cidade, incluindo o complexo de bairros de Cajazeiras, onde Caio morou até os 20 anos. O agente marítimo se mudou para a Itália em abril de 2017 para trabalhar na cidade de Génova.
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Na última sexta-feira (21), Caio, a mãe e os avós viajaram para Veneza, a cerca de 300 km de onde o baiano mora, para passear. Durante o deslocamento entre um ponto e outro da cidade, o agente marítimo teve a ideia de brincar com a frase tão ouvida por ele e por outras pessoas que costumam usar as vans em Salvador.
No vídeo, gravado pelo avô de Caio a pedido dele, o baiano aparece descontraído, enquanto passa por alguns imóveis, à beira da Lagoa de Veneza. Em seguida, o agente marítimo bate no casco da embarcação em que estava com a família e grita, em português: “Rótula da Feirinha, Boca da Mata direto, direto”.
“Meu avô já estava gravando, encantado com a paisagem da cidade. Daí, do nada, eu falei: ‘Grava aí’. Aí, na hora, eu pensei no que fazer e me veio isso. Eu comecei a bater na lataria e a gritar. A intenção foi recordação mesmo. Foi em lembrança à origem, porque a gente não pode esquecer”, contou Caio.
Depois que o baiano começa a gritar, o vídeo mostra ainda que outras pessoas obervam sem entender o que está acontecendo. Caio explicou que para eles foi algo inusitado.
“Todos ficaram surpresos, porque isso nunca acontece aqui. Não é desmerecendo o Brasil, mas aqui é um país de primeiro mundo. Ninguém nunca espera alguém fazer isso. No Brasil, em Salvador, é normal, mas aqui não”, explicou o baiano.
O vídeo foi compartilhado pelo baiano no Stories do perfil dele no Instagram. De lá, um dos seguidores de Caio copiou as imagens e divulgou. O vídeo acabou circulando no WhatsApp e, em seguida, no Facebook. Uma das publicações, feita por um professor, teve mais de 1,5 mil compartilhamentos e 65 mil visualizações.
Caio Belinelli comemora o sucesso do vídeo, mas afirma que não entende como as imagens acabaram ganhando tamanha proporção. Além de agente marítimo, o baiano também é jogador de futsal em Génova. Ele conta que a única divulgação com a qual está acostumado é a do jornal local, por conta do esporte.
“Cheguei de viagem já com várias pessoas falando comigo a respeito do vídeo. Fiquei sem entender como se espalhou desse jeito. Eu fiquei surpreso. O único sentimento é surpresa. Eu não imaginava”, disse Caio.