O chefe da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano, disse nesta segunda-feira (14) que a crise nuclear japonesa não deve se tornar "uma outra Chernobyl", em uma referência ao pior acidente nuclear civil da história.
Ele afirmou que há muitas diferenças entre os dois casos, inclusive o desenho e a estrutura das usinas envolvidas. "Este foi um acidente provocado por um desastre natural sem precedentes, mas não resta dúvida de que precisamos de uma fonte estável de energia, como a atômica", disse.
Amano disse que o governo do Japão pediu ajuda aos especialistas da agência para lidar com a crise nuclear que aflige o país desde o terremoto de magnitude 8,9 seguido de tsunami que atingiram o país na sexta feira, provocando mais de 1.800 mortes.
O terremoto destruiu áreas costeiras do nordeste da ilha de Honshu, afetando o fornecimento de energia elétrica e causando uma crise humanitária nas províncias atingidas. O governo japonês também pediu ajuda aos EUA para lidar com o risco nuclear.
Vazamento limitado
Amano, que é um veterano diplomata japonês, disse que o tremor e o maremoto abalaram e inundaram usinas nucleares na região, mas que os reatores permaneceram intactos e que o vazamento de radiação foi limitado.
Segundo ele, as autoridade da AIEA e do Japão estão discutindo os detalhes sobre como será a cooperação. No entanto, ele levantou críticas de que as autoridades japonesas estavam mal preparadas para a situação.
A usina nuclear de Fukushima 1, a 240 km ao norte da capital, Tóquio, sofreu explosões em dois de seus reatores, no sábado e nesta segunda. O acidente já é considerado o pior do mundo desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.