A ativista sueca Greta Thunberg mudou na manhã desta terça-feira (10) a sua descrição biográfica no Twitter para a palavra “Pirralha”, depois de uma declaração do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro se referiu à garota como “pirralha” ao ser questionado por jornalistas sobre a morte de dois indígenas Guajajara no sábado, no Maranhão.
“A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha”, afirmou o presidente.
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Bolsonaro disse depois que “qualquer morte preocupa” e que seu governo é cumpridor da lei, contra desmatamentos e queimadas ilegais.
No dia das mortes dos indígenas, Greta compartilhou nas redes sociais um video sobre o crime. “Indígenas estão sendo mortos por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É uma vergonha que o mundo permaneça calado sobre isso”, escreveu a sueca.
Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que o número de mortes de lideranças indígenas em 2019 é o maior em pelo menos 11 anos. Das 27 pessoas que morreram por conflitos no campo neste ano, 7 eram líderes indígenas, contra 2 em 2018, segundo a entidade.
Trump
Não é a primeira vez que Greta usa de maneira irônica as ríticas recebidas de líderes de governo. Em setembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou o discurso da sueca na Cúpula de Ação Climática da ONU.
Greta afirmou na época que “pessoas estão sofrendo, pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão entrando em colapso” pedindo que os líderes tomassem medidas contra o aquecimento global.
Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris – compromisso internacional para a redução das emissões de gases do efeito estufa – ironizou a fala de Greta em uma rede social: “Ela parece uma garota jovem e muito feliz que espera um futuro brilhante e maravilhoso. Tão bonito de ver!”.
Greta usou a frase na sua biografia na época.