Com uma explosão de novos casos da covid-19 pela Europa, a OMS (Organização Mundial da Saúde) faz um alerta para que governos do Velho Continente adotem imediatamente novas medidas de restrição. De acordo com a agência, se tais iniciativas forem implementadas, cerca de 281 mil vidas poderão ser salvas até janeiro de 2021.
Mas, se nada for feito, as taxas de mortalidade podem se multiplicar em quatro ou cinco vezes em comparação aos números registrados em abril.
O apelo vem no momento em que França, Portugal, Suíça, Irlanda, Alemanha e outros países ampliam as restrições de movimentação e de controles.
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De acordo com a OMS, a Europa vive um “crescimento exponencial” da doença. “Trata-se de uma situação de grande preocupação”, afirmou Hans Kluge, chefe da OMS para a Europa. Segundo ele, a covid-19 já é o quinto maior fator responsável por mortes e, no mundo, cerca de 8 mil pessoas têm perdido suas vidas em média por dia.
A agência estima que a última semana registrou um recorde no número de novos casos na Europa, com 700 mil pessoas infectadas. Em dez dias, foi 1 milhão de novos contaminados, com 120 mil apenas nos dias 9 e 10 de outubro.
Para a OMS, as taxas de novos casos são duas vezes mais elevadas que em abril. Mas o número de mortes é apenas um quinto do que se verificou.
O risco, porém, é de que essa nova onda de casos seja transferida uma vez mais para dentro de casa e para os grupos mais idosos.
“As projeções não são das mais otimistas”, admitiu Kluge. Segundo ele, se governos não agirem e deixar o vírus circular, a Europa terá, em janeiro de 2021, uma taxa de mortalidade quatro ou cinco vezes maior que em abril.
Nada disso, porém, precisa ocorrer. “Se medidas forem adotadas, 281 mil vidas podem ser salvas até janeiro”, alertou.
De acordo com a OMS, as medidas incluem um uso generalizado de máscaras por todos, a volta do trabalho de casa e o fim de aglomerações. “Se isso for feito, teremos resultados em algumas semanas”, disse Kluge.
Para a OMS, essas medidas não precisam ser um lockdown total. “O confinamento como tivemos em abril é a última opção”, indicou Kluge.
A agência, por exemplo, sugere que escolas continuem funcionando e que “sacrifícios” sejam feitos em outros segmentos da sociedade. Apenas se não houver mais opção é que a escola deve voltar a fechar.