O Exército de Israel informou nesta sexta-feira (6) que está lançando ataques contra o Líbano, após disparos de foguetes procedentes do país vizinho e reivindicados pelo movimento xiita Hezbollah.
“O Exército israelense está atacando as fontes de lançamento (dos foguetes) no Líbano”, afirma um comunicado militar, pouco depois do disparo de mais de dez projéteis na direção do Estado hebreu.
A maioria deles foi interceptada pelas forças israelenses.
Em nota divulgada nesta sexta, o Hezbollah disse ter lançados foguetes contra territórios na região da Colina de Golã, ocupada por Israel desde 1967, em “resposta aos ataques aéreos israelenses”.
“A resistência islâmica bombardeou com dezenas de foguetes um território próximo às posições das forças de ocupação israelenses na região das fazendas Shebaa”, o nome libanês desse setor, declarou o grupo.
Um correspondente da AFP no sul do Líbano relatou ter ouvido várias explosões e visto fumaça subindo na área das fazendas de Shebaa.
Na quinta-feira, a Força Aérea israelense reivindicou seus primeiros ataques aéreos em anos no Líbano e afirmou que alvejou áreas de lançamento de foguetes, após disparos contra o norte de Israel.
“Não queremos uma escalada na direção de uma verdeira guerra, mas estamos prontos para isso e não vamos permitir que esses atos terroristas continuem”, declarou à imprensa Amnon Shefler, um porta-voz do Exército israelense.
“Faremos o que for necessário”, assegurou.
Um total de 19 foguetes foram disparados do Líbano contra Israel, disse Shefler, sem registrar nenhuma vítima. Três projéteis caíram no Líbano, 16 cruzaram a fronteira e 10 foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense.
‘Situação muito perigosa’
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) descreveu, nesta sexta-feira, como uma “situação muito perigosa” a escalada militar entre Israel e o movimento xiita Hezbollah pró-iraniano e pediu um cessar-fogo “imediato”.
“É uma situação muito perigosa, com atos de escalada observados dos dois lados nos últimos dias”, advertiu a Finul em um comunicado.O comandante desta missão da ONU, general Stefano Del Col, disse estar em contato com as partes envolvidas, as quais fez um apelo por um “cessar-fogo imediato”.
A aviação israelense bombardeia, regularmente, o que afirma serem posições do movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza. Também realiza operações na vizinha Síria, onde ataca alvos de elementos pró-iranianos.
Em relação ao Líbano, porém, seus últimos ataques aéreos conhecidos remontavam a 2014, confirmou o Exército israelense em contato com a AFP. A última vez que Israel atacou o reduto do Hezbollah no sul do Líbano foi em 2006.
Em 2019, a tensão entre os dois lados aumentou, quando o Hezbollah atacou um veículo militar israelense em resposta a dois ataques “israelenses” contra o grupo islâmico na Síria e no Líbano.
Em seguida, o movimento xiita prometeu responder à morte de dois de seus membros durante um ataque aéreo israelense perto de Damasco e também acusou o Estado hebreu por um ataque com drone na periferia sul de Beirute, seu principal reduto na capital libanesa.
Essas hostilidades coincidem com o aumento da tensão entre Israel e o Irã após o ataque mortal a um petroleiro operado pela empresa de um milionário israelense no Mar de Omã.