A China disparou ao menos onze mísseis em direção de Taiwan nesta quinta-feira, 4, iniciando os exercícios militares em retaliação à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taipé.
Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, os mísseis de curto alcance foram disparados do arquipélago de Pingtan, a cerca de 125 km de Taiwan, em ondas sucessivas por duas horas, a partir das 14h (3h em Brasília), e atingiram alvos na água. A estratégia de sobrevoar o território inimigo com mísseis ou atingir alvos no mar ou é uma prática antiga na região.
A China disse que os projeteis estavam equipados com ogivas convencionais, tornando esse o maior exercício de tiro com munição real no estreito de Taiwan. Apesar de intimidatório, não houve relatos de pânico na ilha, que está em alerta militar máximo desde que Pelosi desembarcou na noite da última terça-feira, 2.
Essa visita diplomática, a primeira de uma autoridade de seu nível em 25 anos, faz parte de um tour pela Ásia e foi realizada sob intensos protestos chineses, que consideram o encontro um apoio à independência nunca proclamada de Taiwan.
Nancy Pelosi passou a quarta-feira em Taipé e se reuniu com autoridades como a presidente Tsai Ing-wen e reafirmou o compromisso americano de defender a democracia da ilha. Ela seguiu viagem para a Coreia do Sul, antes de embarcar para uma visita ao Japão.
Os EUA mantêm uma ambígua política ante Taipé, reconhecendo a soberania chinesa implícita no reconhecimento diplomático de Pequim e oferecendo armas e promessa de proteção militar em caso de guerra.