Duas lésbicas e militantes LGBTQ acusadas de promover a homossexualidade foram condenadas à morte no Irã, informaram ativistas nesta segunda-feira (5), pedindo à comunidade internacional que impeça a execução. A notícia é amplamente divulgada nas redes sociais do país.
Elham Chubdar, 24, e Zahra Sedighi Hamedani, 31, foram condenadas à morte por um tribunal da cidade de Urmia. A informação foi divulgada pela organização curda de direitos humanos Hengaw. Elas são acusadas de “corrupção na terra”, a acusação mais grave do código penal iraniano.
De acordo com a ONG, as duas jovens também foram acusadas de promover a religião cristã e de terem feito contatos com meios de comunicação contrários ao regime iraniano.
Outra mulher, Soheila Ashrafi, 52, de Urmia, alvo das mesmas acusações e também foi presa. Ela aguarda o seu veredicto.
Pressão internacional
Apelidada de “Sareh” na internet, Zahra Sedighi Hamedani é uma conhecida ativista da comunidade homossexual, atualmente presa. A mulher foi detida em outubro de 2021, pelas forças de segurança iranianas, enquanto tentava fugir para a vizinha Turquia.
A Anistia Internacional tem acompanhado o seu caso e reagiu, nesta segunda-feira, à sentença de morte. “Estamos nos mobilizando há vários meses no caso de Sareh, que foi presa, detida, torturada durante a sua tentativa de fuga e prisão na fronteira porque queria fugir do Irã para solicitar o asilo”, explica Sébastien Tüller, chefe da comissão LGBTI+ da Anistia Internacional França.
“Essa decisão é catastrófica, é dramática para essas duas ativistas, para essas duas mulheres e para os direitos das pessoas LGBTI no país. Podemos ver claramente que, nos últimos meses, nos últimos anos, o número de prisões e sentenças de morte aumentou. E houve várias execuções documentadas em relação aos direitos dos LGBTI. Portanto, estamos realmente preocupados e pedindo à França e a toda a comunidade internacional que se mobilize para exigir essa libertação e acesso a um advogado e à sua família, imediatamente”, conclui.
Outras associações iranianas estão pedindo aos governos ocidentais que pressionem pela libertação.