Primeiro papa a renunciar em quase 600 anos, a saúde de Joseph Ratzinger vinha se debilitando nos últimos anos.
O Vaticano confirmou, por meio de um publicação no Twitter, a morte do papa emérito Bento XVI, neste sábado (31/12).
Mateo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicou nota confirmando a morte de Bento XVI neste sábado. “Com pesar informo que o papa emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”, diz o comunicado. A causa da morte ainda não foi confirmada.
Nascido Joseph Aloisius Ratzinger, o papa emérito renunciou ao cargo em 2013, algo que só havia acontecido há 600 anos. Desde então, vivia em um antigo convento dentro dos jardins do Vaticano, com o secretário dele, o arcebispo Georg Ganswein, auxiliares e uma equipe médica.
A vida
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, em uma pequena vila chamada Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, às margens do rio Inn. Seus pais eram Joseph, um comissário de polícia, e Maria Peintner.
Ele entrou no seminário em 1939 e se tornou padre em 29 de junho de 1951. Na tarde de 19 de abril de 2005, Ratzinger foi escolhido como papa para suceder o futuro santo João Paulo II, que exerceu a função por 26 anos, 5 meses e 17 dias.
Depois de dois dias e quatro rodadas de conclave, às 17h56 (horário local), a chaminé da Capela Sistina exalou a fumaça branca: havia sido escolhido o 265º sucessor de Pedro. Então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger pediu para ser chamado de Bento XVI.
A explicação: ele queria se inspirar na coragem de Bento XV (1914-1922) durante a 1ª Guerra Mundial. E também em São Bento de Núrsia, copadroeiro da Europa, chamado de Patriarca do monarquismo ocidental.
A renúncia
O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013, e deixou o cargo em 28 de fevereiro de 2013. Segundo o próprio papa, foi uma “escolha difícil”, mas feita “em plena consciência”. Diversas vezes ele falou que não se arrependia. E sempre deixou claro que renunciava por causa da velhice.
“Alguns de meus amigos um tanto ‘fanáticos’ ainda estão irritados, eles não quiseram aceitar minha escolha. Acreditam nas teorias de conspiração: alguns disseram que foi por causa do escândalo Vatileaks, outros por causa de um complô da lobby gay, outros ainda por causa do caso do teólogo conservador Lefebvrian Richard Williamson. Eles não querem acreditar em uma escolha feita conscientemente. Mas minha consciência está limpa”, explicou Bento XV, em uma entrevista reveladora ao jornal Corriere della Sera.
Era a primeira vez que um papa renunciava em 600 anos.