Recém-chegados do front, 105 soldados ucranianos iniciaram um curso de formação intenso sobre os tanques Leopard 2 na Polônia, ministrado por instrutores noruegueses, canadenses e poloneses, informaram nesta segunda-feira autoridades locais. As instruções começaram uma semana após Berlim afirmar que fornecerá um primeiro batalhão desses carros de combate alemães modernos à Ucrânia em abril, depois de intensa pressão internacional.
— São operadores de tanques muito experientes, que vieram aqui diretamente do front [na Ucrânia, onde lutam contra a invasão russa — indicou o presidente polonês, Andrzej Duda, que os visitou nesta segunda-feira em Swietoszow, no Sudoeste da Polônia. — Basta olhar para seus rostos que você entende que tem diante de si pessoas que vivenciaram coisas horríveis, mas que estão absolutamente determinadas a defender sua pátria.
Os soldados aprendem a teoria e, para praticar, treinam em simuladores. Contudo, nesta segunda, alguns participaram de uma demonstração em um campo de exercícios local, utilizando os blindados que terão que conduzir no futuro.
— Este tanque é de muito boa qualidade, muito bom. E o que me agrada é que nossos soldados também gostaram muito deles — declarou aos jornalistas o major ucraniano Vadym Khodak, acrescentando que esses blindados serão “de grande apoio para o Exército” de seu país. — Espero que, quando chegarmos à linha de frente com este equipamento, isto salve muitas vidas de nossos soldados e nos aproxime da vitória.
Treinamento – Normalmente, a formação para uso do Leopard 2 dura dois meses, mas a dos soldados ucranianos é mais intensa e foi concentrada em um único mês. Os militares de Kiev trabalham “aproximadamente entre 10 e 12 horas diárias, de segunda a sábado”, disse aos jornalistas o instrutor polonês Krzysztof Sieradzki.
Segundo ele, 21 tripulações — compostas de quatro pessoas cada uma — participam do curso de formação, além de pessoal técnico, somando um total de 105 soldados.
Os tanques que estão sendo utilizados foram fornecidos por Polônia e Canadá, com o aval da Alemanha.
— Os soldados ucranianos estão deslumbrados com a simplicidade da estrutura e a ergonomia dos compartimentos da tripulação — comentou Sieradzki. — Não precisamos motivá-los, pelo contrário, precisamos contê-los um poco.
De acordo com o ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, um dos desafios será encontrar peças de reposição, um tema que ele deseja abordar com o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, durante uma reunião na terça-feira em Bruxelas.
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