A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou uma importante entrega de combustível e suprimentos médicos essenciais ao Hospital Al-Shifa, localizado na Faixa de Gaza. Essa ação aconteceu na sexta-feira (1º), após um ataque israelense direcionado a uma entrega de ajuda humanitária, que resultou na trágica morte de 115 civis, de acordo com as autoridades de saúde do enclave.
De acordo com a OMS, o carregamento de ajuda incluiu 19 mil litros de combustível, além de suprimentos médicos cruciais, como fixadores, medicamentos anestésicos e antibióticos que têm capacidade para atender até 150 pacientes. O chefe do departamento de emergência do Hospital Al-Shifa, Mutaz Harara, ressaltou a importância dessas entregas, destacando que o complexo médico ainda enfrenta uma sobrecarga de pacientes e necessita de mais suporte.
“Ainda precisamos de muitos recursos para conseguirmos operar adequadamente no Complexo Médico Al-Shifa. Pedimos também que mais delegações nos visitem para testemunharem o sofrimento que enfrentamos aqui. Isso se deve ao grande número de feridos que recebemos e à escassez de recursos médicos, pessoal capacitado e infraestrutura adequada”, afirmou Harara.
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Essa entrega da OMS veio um dia após um incidente grave envolvendo um comboio de ajuda humanitária, no qual as autoridades de saúde em Gaza reportaram que forças israelenses abriram fogo contra civis em busca de alimentos. Vale ressaltar que Israel contestou o número de mortos, alegando que a maioria das vítimas foram vítimas de tumultos e atropelamentos, e não dos disparos.
Além disso, a situação humanitária em Gaza piorou nos últimos dias, com relatos de fome iminente na região. A OMS confirmou que a décima criança oficialmente registrada em um hospital local veio a óbito em decorrência da desnutrição, alertando para um cenário preocupante de insegurança alimentar.
O porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, destacou que os números reais de mortes por fome podem ser ainda maiores do que os registrados oficialmente. Relatos recentes apontam que quatro crianças faleceram no Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, somando-se às seis vítimas ocorridas anteriormente no mesmo local e no Hospital Al Shifa.
A crise humanitária em Gaza atingiu níveis alarmantes, conforme destacado pelo Gabinete de Coordenação de Assistência Humanitária das Nações Unidas (OCHA). Aproximadamente um em cada quatro habitantes de Gaza enfrenta uma situação de insegurança alimentar catastrófica, levando a população a atos desesperados em busca de ajuda.
A morte de mais de 100 palestinos em um incidente envolvendo um comboio de ajuda é um reflexo das condições extremas em que se encontram os habitantes de Gaza. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, condenou veementemente o ocorrido e demandou uma investigação independente para apurar os fatos.
A escassez de alimentos, água potável e suprimentos essenciais tem levado a população ao limite da sobrevivência, conforme ressaltou Lindmeier. A interrupção no fornecimento de água e energia desde outubro agravou ainda mais a situação, tornando a vida dos habitantes de Gaza uma verdadeira luta diária.
Diante desses desafios humanitários sem precedentes, é urgente que a comunidade internacional intensifique seus esforços para socorrer a população de Gaza e garantir o acesso aos recursos básicos para sobrevivência. O apoio da OMS e de outras agências humanitárias é essencial para mitigar o sofrimento e prevenir mais tragédias na região.