ONU: Jornalista ‘claramente identificável’ morto por tanque israelense

Por Redação
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A Força Interina de Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) divulgou um relatório nesta quarta-feira, 13, sobre um ataque israelense contra um grupo de jornalistas “claramente identificáveis”, resultando na morte do repórter Issam Abdallah, da agência de notícias Reuters, na fronteira do Líbano com Israel em 13 de outubro. Outros seis repórteres da agência francesa Agence France-Presse (AFP) e da rede catariana Al-Jazeera ficaram feridos.

Segundo o relatório, um tanque israelense disparou dois tiros contra os jornalistas, desrespeitando o direito internacional. Não houve registros de troca de tiros no local nos 40 minutos anteriores ao ataque em Merkava. Os repórteres estavam filmando bombardeios das duas fronteiras em uma colina perto da vila libanesa de Alma Al-Chaab por quase uma hora antes do incidente.

“Os disparos contra civis, incluindo jornalistas claramente identificáveis, são uma violação da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança e do direito internacional”, declarou o relatório da UNIFIL. “Não houve trocas de tiros através da Linha Azul no momento do incidente, e o motivo dos ataques aos jornalistas ainda é desconhecido.”

A Resolução 1701, estabelecida em 2006, foi criada para encerrar o conflito entre Israel e o grupo libanês Hezbollah. As tropas de paz da ONU estão monitorando o cessar-fogo na Linha Azul, a fronteira entre os dois países, desde então. Violando o cessar-fogo, casos semelhantes ao ataque que resultou na morte de Abdallah continuam sendo investigados.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Nir Dinar, afirmou que o Hezbollah atacou tropas israelenses e que membros da comunidade judaica de Hanita foram feridos no incidente. “As IDF lamentam qualquer dano a partes não envolvidas e não atiram deliberadamente contra civis, incluindo jornalistas”, reforçou Dinar.

Esse caso não é um incidente isolado. Em 2023, dos 99 jornalistas mortos em todo o mundo, 72 eram palestinos que cobriam os eventos da guerra em Gaza, tornando este ano o mais mortal para a imprensa em quase uma década, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Antes do início da guerra em Gaza em 2022, forças israelenses atiraram deliberadamente na jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, da Al-Jazeera, conforme investigação da ONU. A autópsia realizada em Nablus, na Cisjordânia, indicou que Abu Akleh foi baleada por trás, sugerindo que tentava fugir enquanto as forças israelenses continuavam disparando contra o grupo de jornalistas.

Por fim, é importante ressaltar que a segurança e a integridade dos jornalistas são fundamentais para a liberdade de imprensa e para garantir a transparência dos acontecimentos em situações de conflito. A comunidade internacional deve atuar para proteger esses profissionais, a fim de preservar o direito à informação e o papel fundamental da imprensa na sociedade.

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