Na semana passada, uma missão arqueológica conjunta entre egípcios e norte-americanos fez uma descoberta incrível ao sul da cidade egípcia de Minya: a parte superior de uma gigantesca estátua do faraó Ramsés II, que reinou até 1213 a.C. O bloco de calcário, com cerca de 3,8 metros de altura, retrata Ramsés sentado, usando uma coroa dupla e um adorno de cabeça com uma cobra real. Combinada com a parte inferior, encontrada décadas atrás pelo arqueólogo alemão Gunther Roeder, a estátua atinge impressionantes sete metros de altura.
Em entrevista exclusiva para a coluna, o arqueólogo, egiptólogo e editor de arquivos tridimensionais no Museu Nacional, Pedro Luiz Von Seehausen, falou sobre a relevância da descoberta. Segundo ele, apesar de ser um achado interessante, não deve alterar significativamente o entendimento atual da egiptologia, pois há diversas estátuas colossais de Ramsés II conhecidas.
Quanto ao potencial ainda não revelado no Egito, Seehausen ressaltou que apenas cerca de 30% do Egito Antigo foi explorado até o momento, ressaltando a vastidão e complexidade da sociedade que habitou a região por cerca de 3.000 anos.
Sobre a relação entre o Brasil e o Egito, o especialista destacou que a cooperação entre os países nunca esteve tão fortalecida, especialmente após a visita do ex-presidente Lula ao Egito, que resultou em acordos técnicos e científicos entre as nações. Apesar dos desafios após o incêndio no Museu Nacional, que danificou parte da coleção egípcia, Seehausen enfatizou que a colaboração continua robusta.
Com mais pesquisas e colaborações em vista, a egiptologia segue firme e promissora, conectando o passado do Egito Antigo com o presente através de novas descobertas e parcerias internacionais.