Milhares de pessoas foram às ruas em cinco cidades de Cuba, incluindo Santiago, em protesto contra os apagões generalizados e a escassez de alimentos na ilha. Em resposta, Caracas acusou os Estados Unidos de terem alimentado as manifestações contra o governo e de se intrometerem nos assuntos políticos do país.
Na segunda-feira, 18, o Ministério das Relações Exteriores cubano convocou o encarregado de negócios americano, Benjamin Ziff, para uma reunião onde transmitiu formalmente sua firme rejeição ao comportamento interveniente e calunioso de Washington. Os protestos, que duraram mais de 14 horas, foram os maiores desde 2022, quando a ilha enfrentou uma semana sem energia devido ao furacão Ian. A televisão estatal de Cuba divulgou imagens das manifestações e acusou “agitadores” com base nos Estados Unidos de incitar a população cubana contra o governo.
Em resposta, a Casa Branca afirmou, através da plataforma X, que está monitorando os protestos e incentivou o governo cubano a respeitar os direitos humanos dos manifestantes e atender às necessidades legítimas do povo. Um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou as acusações de Cuba como “absurdas”.
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As relações entre Cuba e os Estados Unidos têm sido marcadas por décadas de conflitos, com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, atribuindo a culpa da crise atual da ilha aos americanos e suas sanções econômicas. Desde 1960, a Casa Branca mantém um embargo econômico contra Cuba, impondo restrições ao comércio entre os países.
A crise econômica em Cuba, agravada pela pandemia do coronavírus, tem causado escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos. Em fevereiro, o governo comunista solicitou ajuda ao Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, com um pedido sem precedentes de assistência para fornecer leite em pó a crianças menores de sete anos.