Um míssil disparado pela Rússia contra a Ucrânia neste domingo, 24, invadiu por instantes o espaço aéreo polonês durante sua trajetória, o que acirrou ainda mais os conflitos políticos na região. O governo polonês exigiu do Kremlin uma explicação, depois de ativar seus caças diante da ameaça russa. Esse foi o terceiro ataque desse modo contra os ucranianos nos últimos quatro dias, o segundo que tem como alvo a capital, Kiev.
O Chefe da administração militar da capital ucraniana, Serhiy Popko, afirmou que a Rússia usou mísseis de cruzeiro, lançados por bombardeiros Tu-95MS. Dados preliminares, no entanto, indicam que não houve vítimas, segundo ele. O alerta em Kiev teve duração de mais de duas horas.
A invasão do espaço aéreo polonês aconteceu ainda nas primeiras horas da manhã, no fuso horário local. Foi por volta das 4h30 que o Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia, membro da OTAN, emitiu comunicado sobre a violação de seu território por um dos mísseis disparados. A região por onde o objeto bélico teria passado — e permanecido por cerca de 40 segundos, percorrendo por mais de um quilômetro — é uma aldeia agrícola: Oserdów, que faz fronteira com a Ucrânia, segundo o informe.
Em conferência à imprensa, o ministro da Defesa da Polônia, Władysław Kosiniak-Kamysz, disse que o míssil teria sido abatido, se houvesse qualquer sinalização de que cairia no território do país — o que poderia acirrar ainda mais os ânimos na região. Houve monitoramento constante até a queda em território ucraniano. O ataque foi classificado por Kosiniak-Kamysz como “um dos mais intensos desde o início da agressão russa”.
“Todos os procedimentos estratégicos foram lançados a tempo e o objeto foi monitorado até sair do espaço aéreo polonês”, disse. Já o Ministério de Relações Exteriores da Polônia afirmou que exigiria explicações sobre a nova violação. “Apelamos à Federação Russa para que pare os ataques aéreos terroristas contra os habitantes e o território da Ucrânia, acabe com a guerra e resolva os problemas internos do país”, diz o comunicado. As repetidas invasões ao espaço do país têm preocupado o governo local, além de funcionarem como um lembrete da proximidade do conflito.
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