O comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta terça-feira, 26, deu sequência aos desdobramentos após o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante o Ramadã. A medida levou Netanyahu a convocar de volta seus negociadores do Catar, onde tentavam mediar um acordo com o Hamas.
A delegação israelense que havia viajado ao Catar na semana passada para participar das tratativas foi chamada de volta pelo gabinete de Netanyahu, que lamentou os “danos” resultantes da votação da resolução da ONU. O comunicado enfatizou a posição de Israel de não ceder às demandas consideradas “delirantes” do Hamas, ressaltando que o grupo terrorista palestino não está interessado em negociar.
Segundo informações do jornal israelense The Times of Israel, uma fonte do governo afirmou que não há interlocutores válidos do lado palestino, acrescentando que a equipe de negociação israelense não teria mais propósitos a cumprir no Catar. O Hamas, por sua vez, rejeitou a última proposta de acordo, alegando que Israel não concorda com um cessar-fogo amplo, a retirada da Faixa de Gaza, o retorno dos deslocados e uma verdadeira troca de prisioneiros.
A recusa do Hamas em aceitar a proposta se baseia no fato de que o grupo exige a completa retirada das forças israelenses do território de Gaza durante o cessar-fogo. Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, argumentou que a votação da resolução pela ONU encorajou o Hamas a rejeitar o acordo, pois transmitiu a mensagem de que a pressão internacional estaria voltada apenas para Israel. O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a resolução que exigia o fim imediato dos combates, além da libertação de todos os reféns israelenses, sem enfrentar vetos dos Estados Unidos, China ou Rússia. Em resposta, Netanyahu cancelou uma viagem que dois de seus ministros fariam a Washington, D.C.