Na manhã desta terça-feira (21), funcionários de diversas secretarias da Prefeitura de Madre de Deus fizeram a retirada de 54 barracas localizadas na Avenida Beira Mar, espaço pertencente a União. A ação gerou protestos de barraqueiros que alegam não terem sidos notificados oficialmente pela gestão municipal.
O barraqueiro Severino José do Nascimento, 48 anos, há sete trabalha na orla, declara que no dia 13 de maio funcionários da secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedumam) foram ao local e começaram a tirar fotos e, ao serem questionados por uma das barraqueiras, estes informaram que “tínhamos que sair na quinta-feira passada, dia 16 de maio”.
“Fomos a secretaria na terça-feira (14) e lá ficamos sabendo que a prefeitura recebeu uma notificação da União e da Marinha informando que teríamos que sair de qualquer jeito dos nossos ambientes de trabalho”, conta Severino, ao acrescentar que solicitou documento que comprovasse a ação da retirada das barracas. O pedido foi negado pelo secretário da Sedumam, Luiz Montal, com o argumento de que o documento é secreto.
Em contrapartida, Montal afirma não ser verdade que os barraqueiros não foram notificados. “Tivemos lá na segunda (13) e os barraqueiros que estavam no local receberam a notificação”, pontua. O secretário informou ainda que as barracas estão instaladas de forma ilegal, colocadas na areia.
Montal explica que, apesar da ação estar sendo feita pela Prefeitura, esta cumpre notificação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “Esta ação era para ter sido feita desde o verão. Mas ficamos protelando”.
Outra reivindicação dos barraqueiros que protestavam na Avenida Beira Mar é de que, após reunião com Montal, este os encaminhou a outra pasta municipal, que os orientou a pegar as mesas e cadeiras e deixarem-nas acorrentadas. “Só que, ontem (20), vieram policiais e funcionários da prefeitura mandando tirar tudo. Sou pai de família. Esse é o meu sustento, o pão de cada dia. Estão jogando a gente como se fossemos um nada. Na época de eleição, eles vieram e disseram que iríamos permanecer e agora agem desta forma”, retruca Severino
Já Montal explica que a orientação verdadeira é que a gestão municipal permitiria que os barraqueiros continuassem a trabalhar, desde que, o material utilizado (cadeiras, caixa de isopor, mesas, etc) fosse retirado no final do expediente diário.
Outro barraqueiro que protestou contra a retirada das barracas foi Ederval Sales Brito Ribeiro, 47 anos. “Eles tiraram a barraca e não deram nenhuma solução. Empregava três funcionários”, conta Ederval, que trabalha há 13 anos na Avenida Beira Mar