Rodoviários e empresários tiveram mais uma rodada de negociações na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e mais uma vez não chegaram a nenhum acordo. A greve da categoria segue marcada para a terça-feira (18) – segundo Daniel Mota, diretor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, o edital anunciado a greve já foi publicado, para cumprir a determinação legal de avisar a parada à população com pelo menos 72h de antecedência.
Uma nova reunião, também na DRT, está marcada para a manhã deste sábado. “É nossa última chance de chegar a um acordo”, diz Mota.
Segundo ele, os empresários “não sinalizaram com nenhuma expectativa de que querem evitar a greve. Eles entendem que vai ser uma coisa fácil. A gente tá preocupado porque não vai ser uma coisa fácil. Se acontecer a greve, vai ser de proporções incalculáveis”, diz Mota.
De acordo com o Mota, os empresários têm esperança de conseguir derrotar a categoria na Justiça. “Eles estão acreditando que o Tribunal vai favorecê-lo”. Segundo ele, se uma determinação judicial disser para os rodoviários voltarem ao trabalho depois da greve decretada, “a categoria pode ter uma reação inesperada”.
Mota acusa os empresário de querem “levar para a greve”. “Os empresários não flexibilizam. Não compreendem que a gente está doente, que a gente precisa ter nossa hora de descanso”, diz, citando uma reivindicação da categoria.
Uma proposta mediada pelo Ministério Público do Trabalho de 10% de reajuste, redução da jornada para 6h20 com 1h de descanso, foi rejeitada pelos empresários. Os patrões mantiveram a proposta de 5,84% de reajuste e só discutiriam os demais itens exigidos pelos trabalhadores caso essa porcentagem seja aceita.
Ontem, os rodoviários também fizeram a proposta de rodar com catraca livre durante a greve, recusada pelos empresário. Os trabalhadores flexibilizaram a pauta de reivindicações nos itens reajuste, de 15% para 13%, e na redução da jornada, de 6h para 6h20. As demais reivindicações são ticket de R$15 trinta dias por mês e nas férias, cota para mulheres nas empresas, plano de saúde para titulares e dependentes pago pelos patrões, fim das terceirizações, cobrança de avarias e da dupla função para motorista.
Essa foi a quarta reunião de conciliação entre as partes. Três outras rodadas foram realizadas no Ministério Público do Trabalho, na segunda, terça e quinta-feira.
Correio
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