Uma das bandas mais cultuadas do heavy metal brasileiro, o Angra comemora a marca de duas décadas de carreira com extensa série de shows mundo afora. Em Salvador, o quinteto se apresenta neste domingo, na casa de shows Bali Beach Club.
Na verdade, a banda foi formada em 1991, mas como o primeiro álbum, Angels Cry, só foi lançado em 1993, considera-se esta a data dos 20 anos. Adequadamente, os fãs podem esperar um repertório abrangente durante a apresentação.
“Tocaremos uma média de duas músicas de cada CD. Vai rolar Time, Make Believe, Lisbon, Rebirth, No Pain For the Dead e muitas outras”, adiantou, por email, o guitarrista-fundador Rafael Bittencourt.
Atualmente, a banda conta com Rafael e Kiko Loureiro nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo, Ricardo Confessori na bateria e percussão e o italiano Fabio Lione, vocalista da banda Rhapsody, como convidado.
Lione ocupa, pelo menos temporariamente, a vaga deixada pelo cantor Edu Falaschi (que, por sua vez, substituiu André Mattos). Falaschi saiu do Angra no ano passado, por questões de saúde.
No momento, Bittencourt ainda não sabe dizer se o Lione permanecerá em definitivo na banda: “A dúvida está cada vez mais latente. A aceitação tem sido muito boa e a decisão deve incluir a opinião de fãs de fora do Brasil, empresários e gravadoras”, pondera.
“Esperaremos o final desta turnê. Ainda iremos ao Japão em outubro, aonde teremos a oportunidade de colher opiniões lá também. Por enquanto vamos curtindo tocar juntos e celebrar esta nova energia que está nos motivando”, acrescenta o músico.
Temática e sonoridade BR – Surgida em uma época em que o heavy metal brasileiro começava a bater asas rumo ao reconhecimento no exterior, pode-se dizer que o Angra é uma banda que já nasceu grande. Seu primeiro vocalista, André Mattos (entre 1991 e 2000), vinha de uma outra banda de sucesso no cenário, o Viper.
De cara, gravaram a primeira demo, Reaching Horizons (1992), na Alemanha. Angels Cry foi gravado e lançado no Japão. E assim tem sido para o Angra, sempre com boa base de fãs e contatos no exterior.
O que não significa que não valorizem suas origens tropicais. O segundo álbum do Angra, Holy Land (1996), trazia, no som e na temática, referências bem brasileiras. Sucesso, rendeu disco de ouro no Japão, turnê pela Ásia e Europa.
Curiosamente, as pessoas só costumam lembrar do Roots, álbum em que o Sepultura também flexionou suas influências brasileiras, em uma abordagem mais para o indígena – e que saiu naquele mesmo ano.
“O Angra sempre combinou a musicalidade brasileira porque entendemos que é o nosso grande diferencial. É natural para a gente este tipo de sonoridade. Não acho que há uma disputa para saber quem fez primeiro. A Tropicália e outros movimentos já faziam. O que importa é que provamos que para termos o respeito no exterior temos que ter orgulho da nossa origem”, considera Bittencourt.
“Temos muita admiração pelo Sepultura porque, inegavelmente, foi a banda que mais expôs o Brasil para o mundo e abriu caminho para todos nós, que viemos depois. O que eles conquistaram na América foi sem precedentes e nunca mais atingido por outra banda”, observa o guitarrista.
O “episódio Parangolé” – Com várias passagens por Salvador, o Angra tem grande aceitação entre os fãs de metal na cidade, mas a vez em que o nome da banda caiu na boca do povo local foi quando o guitarrista Kiko Loureiro acusou a banda Parangolé de plagiar o riff da música Nova Era (do CD Rebirth, 2001) no pagode Azevixe.
Episódio superado, segundo Bittencourt: “Não deu em nada. Resolvemos esquecer. Estamos cansados de aparecer na mídia por causa de alguma polêmica ou notícia negativa. Estamos trabalhando duro para bombar a mídia de coisas boas”, diz.
De Salvador, ele prefere guardar boas lembranças e referências das bandas locais: “O Minus Blindness é excepcional. Malefector é uma ótima banda. Sou muito fã de Raul Seixas e respeito muito a Bahia por ser o berço do maior roqueiro do Brasil. Ricardo Primata é um guitarrista muito bom”, cita.
Entre um show e outro, começam a planejar as gravações para um novo álbum de estúdio, o primeiro desde 2010. “Queremos gravar ainda no primeiro semestre de 2014. Já estamos falando sobre o direcionamento e influências que podemos trazer. Cada um já está coletando ideias para depois nos juntarmos”, conclui Bittencourt.
No repertório do grupo de heavy metal paulista, uma das maias conhecidas do Brasil, o público poderá conferir sucessos como Rebirth, Carry On, Pegasus Fantasy, Nova Era e Wuthering Heights. Durante apresentação, os espectadores terão a oportunidade de conferir o talento do novo vocalista da banda, o italiano Fabio Lione, ex-Rhapsody of Fire.
Angra
Data – 18 de agosto, às 19h
Local – Bali Beach (Piatã)
Valor – R$R$60 (nas lojas Foxtrot) e R$70 (na hora do show)
Vendas – loja Foxtrot, do Salvador Norte Shopping.
Com Informações do iBahia e Atarde.