RIO, BRASÍLIA E SALVADOR – O apagão que deixou no início da tarde de hoje todos os estados do Nordeste sem luz foi causado por uma queimada em uma fazenda do Piauí, confirmou no início da noite o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Logo após o incidente, uma fonte do governo havia informado que o problema teria iniciado na Bahia, o que foi retificado por Lobão.
Segundo o ministro, o apagão teve início às 14h58m e derrubou duas linhas de transmissão: uma da empresa Isolux e outra da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A queda provocou a retirada de 10 mil megawats (MW) do sistema, informou Lobão.
O ministro afirmou ainda que o sistema começou a ser religado cerca de 40 minutos após a queda. Relatos sobre o retorno da energia nas capitais da região começaram a repercutir em redes sociais por volta de 16h45m. Segundo o ministro, às 17h30m, todo o sistema já estava normalizado.
O apagão afetou o funcionamento de sete aeroportos administrados pela Infraero na região (Salvador, lhéus, Paulo Afonso, Aracaju, Maceió, Fortaleza, Recife) e Belém, na região Norte. Segundo a assessoria de imprensa, os geradores foram acionados para garantir o funcionamento das atividades essenciais e os voos não chegaram a ser prejudicados.
Oficialmente, o ONS, órgão responsável pela coordenação da operação do sistema elétrico interligado do país, afirmou que ainda não sabe as causas do apagão. Os nove estados foram atingidos: Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Maranhão e Sergipe.
No Twitter, no Facebook e no Instagram, centenas de internautas reclamam da falta de energia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diz que o problema ocorreu a partir das 15h03m, quando aconteceu uma interrupção de grande proporção, com queda na carga de 10 mil megawatts para 1 mil megawatts.
A Eletrobras Distribuição Piauí divulgou nota uma hora e meia após o começo da falha para dizer que "não teve responsabilidade" na interrupção do fornecimento. A empresa afirma que ficaram seu luz, além do Piauí, que é atendido por ela, os estados da Paraíba, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
"A causa está sendo diagnosticada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) que deverá se posicionar sobre essa falta de energia. A Eletrobras Distribuição Piauí continua trabalhando com o propósito de fornecer energia elétrica de qualidade à população piauiense", afirmou a empresa.
O diretor de operações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Mozart Arnold, informou que os detalhes da ocorrência serão dados pelo ONS. Aneel, ONS, MME e os distribuidores farão uma reunião para elaborar um relatório para investigar as causas.
Queda de energia causa instabilidade na telefonia
Na Bahia, o apagão atingiu Salvador e várias cidades como Feira de Santana, Camaçari, Santo Antônio de Jesus, São Gabriel, Itabuna e Campo Formoso. Serviços de telefonia móvel foram afetados e todas os semáforos da capital baiana apagaram, obrigando a Transalvador (empresa da prefeitura que gerencia o tráfego da cidade) a deslocar agentes para controlarem o trânsito principalmente nos cruzamentos.
Mesmo após o restabelecimento da energia, usuários das operadoras Tim, Vivo e Claro continuavam a relatar problemas para fazer ligações e utilizar a rede 3G. Em nota, a TIM confirmou que os clientes ainda poderão ter dificuldades para usar os serviços, devido ao apagão.
A Vivo também admitiu a instabilidade na região. Segundo a operadora, os estados afetados foram Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Piauí (em parte), Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba. A empresa destacou que, mesmo com o acionamento de geradores de energia, falhas técnicas podem ocorrer. No início da noite, a operadora informou que os serviços começaram a ser restabelecidos por volta de 17h20m.
A Claro informou que o apagão afetou os serviços da operadora em todos os estados da região, com exceção do Maranhão. O sistema está sendo restabelecido, informou a empresa. A Oi também confirmou que seus clientes podem ter "dificuldades pontuais" na região, mas que os técnicos estão de prontidão para eventualidades.