Apontado como candidato preferido do governador Jaques Wagner para sua sucessão, o secretário da Casa Civil, o petista Rui Costa, admite que não é um bom jogador de futebol. Mas usa e abusa dos metáforas do esporte para comentar o quadro político. E dribla perguntas sobre sua posição nas pesquisas nas quais aparece atrás de candidatos da oposição e de outros nomes da base aliada como os senadores Walter Pinheiro, do PT, e Lídice da Mata, do PSB, e o vice-governador Otto Alencar, do PP. Na defesa, o secretário, eleito deputado federal com 202 mil votos em 2010, rebate críticas do ex-ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato do PMDB, de que seria subserviente a Wagner, e é enfático ao listar as conquistas do governo petista na Bahia. No ataque, garante que não está preocupado com a movimentação do time oposicionista. “Uma equipe tem que se preparar para vencer o campeonato, a partida final, sem estar muito preocupada com a escalação do time adversário”, afirma Rui Costa, acrescentando que, no jogo político e no futebol, admira quem joga no meio de campo, organizando o time e distribuindo a bola.
Correio – O senhor é apontado como o preferido do governador Jaques Wagner entre os pré-candidatos do PT, mas não é unanimidade no partido. O que o senhor acha dessa disputa?
Rui Costa – Acho que é natural. O partido tem grandes quadros políticos, nomes fortes administrativamente, fortes politicamente. É natural que um partido grande como o PT tenha mais de um nome para a disputa de qualquer cargo. O PT tem uma cultura própria e saberá, junto com o governador, decidir no tempo adequado, o nome do candidato. É natural: até o Lula já disputou prévia.
Correio – O que achou da declaração do ex-ministro Geddel Vieira Lima que, em entrevista ao CORREIO, disse que o senhor, eleito, teria posição de subserviência ao governador Wagner?
Rui Costa – Quem confunde amizade, companheirismo e respeito com subserviência talvez não saiba exatamente onde estão os limites de cada uma dessas palavras. Tenho com o governador uma grande amizade ao longo dos últimos 30 anos e cada um tem a sua característica. O conceito com que trabalho é igual ao de um time. Um grande time de futebol tem que ter um bom goleiro que saiba pegar a bola com as mãos, tem que ter um bom meio de campo, que sabe distribuir a bola para o ataque, e tem que ter um bom centroavante, que sabe fazer gol. Se você pegar o centroavante e botar no gol, provavelmente não vai dar certo. É aproveitando as características de cada um que o time sai vencedor. O governador tem uma personalidade, tem características próprias dele. Eu tenho minha personalidade e minhas características.
Correio – Na última pesquisa Ibope, o senhor aparece atrás de outros nomes da base, como a senadora Lídice da Mata, que deve sair candidata pelo PSB, e o senador Walter Pinheiro. Como avalia esse resultado?
Rui Costa – Acho que tem pouco valor pesquisa a um ano da eleição. Com quantos por cento estava o atual prefeito de São Paulo um ano antes da eleição: 1%, 2%. Quanto estava o atual prefeito de Belo Horizonte um ano antes da eleição: 1%, 2%. Quanto por cento tinha o atual prefeito de Recife um ano antes da eleição: 0%. E são todos prefeitos hoje, todos ganharam a eleição. Portanto, acho que tem pouca relevância pesquisa a um ano da eleição.
Correio – Sua secretaria tem contato direto com prefeitos e está sempre presente em eventos no interior, na agenda do governador. O senhor acha que isso o coloca em posição estratégica?
Rui Costa – Todos que estão na vida pública, inclusive eu, têm uma posição de destaque. Por exemplo, o nome do PDT é presidente da Assembleia, Marcelo Nilo. O presidente da Assembleia está em evidência? Claro que está. Nós temos dois senadores com nomes colocados: Lídice da Mata e Walter Pinheiro. Senador da República está em evidência? Obviamente que está. O secretário do Planejamento [José Sérgio Gabrielli], que toca projetos importantes, está em evidência? Lógico que está. Eu, que estou aqui na Casa Civil, estou em evidência? Lógico que estou. Então, todos os nomes colocados têm uma posição de destaque e de visibilidade. Eu não sou exceção.
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