“Falei da violência na rua, mas ela morreu dentro de casa”, diz pai de jovem morta pelo marido

Por Redação
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Ontem, quando chegou do trabalho, Silvano não a encontrou em casa. Elisângela chegou do Carnaval na madrugada e acabou recepcionada com quatro tiros

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Ciumento, o açougueiro Silvano de Jesus Santos, 27 anos, proibiu a mulher, Elisângela de Oliveira de Jesus, 22, de brincar o Carnaval. Ontem, quando ele chegou do trabalho, não a encontrou em casa, no bairro de Águas Claras. Então, resolveu esperá-la. Elisângela chegou na madrugada e acabou recepcionada com quatro tiros. Depois de matá-la, Silvano atirou contra a própria cabeça. Os corpos foram removidos no início da manhã de ontem da casa na rua Doutor Jorge Costa Andrade.

 

Curiosos acompanham remoção dos corpos do açougueiro Silvano, 27, que matou a tiros a mulher Elisângela, 22, depois que ela chegou de madrugada da festa
Curiosos acompanham remoção dos corpos do açougueiro Silvano, 27, que matou a tiros a mulher Elisângela, 22, depois que ela chegou de madrugada da festa

O marceneiro Edson Oliveira de Jesus, 50, pai de Elisângela, disse que o casal brigava diariamente. Algumas discussões foram relatadas por uma irmã de Elisângela, dona da Big Lanches, próximo ao local do crime. “Ela dizia que da lanchonete dava para ouvir a briga dos dois. Era por ciúmes. Elisângela ajudava na lanchonete, mas ele não queria”, contou.

O marceneiro chegou a pedir para a filha não ir para o Carnaval, por volta das 14h de quinta-feira. “Falei sobre a violência na rua, mas ela acabou morrendo foi dentro de casa”, lamentou. Um cabo da 3ª Companhia Independente da PM (Cajazeira) disse que, apenas este ano, três guarnições foram acionadas em dias diferentes para conter as brigas do casal.

Segundo vizinhos, pouco depois da 1h, houve uma gritaria dentro do imóvel de um cômodo, situado nos fundos da Big Lanches. Ninguém relatou ter ouvido tiros. Pela manhã, a vizinhança soube o que havia acontecido. Os corpos foram encontrados pela mãe de Elisângela. “Minha esposa estranhou a demora e foi na casa deles. Ela contou com a ajuda de vizinhos para arrombar a porta e viu os dois cobertos de sangue”, contou Edson.

Os corpos estavam a dois metros um do outro e a arma do crime, um revólver enferrujado, ao lado do corpo de Silvano. “A primeira impressão é de que Silvano atirou na mulher e depois se matou. Ela foi atingida no nariz, têmpora, clavícula e ombro esquerdo”, disse o perito criminal Marcos Mousinho.

O imóvel estava todo revirado, indício de que houve luta corporal. Além do tiro na cabeça, Silvano apresentava um ferimento no rosto. “A lesão se confunde com a de uma arma branca ou projétil. Vamos aguardar outros exames para descartar definitivamente a possibilidade de uma terceira pessoa”, declarou o perito.

Silvano e Elisângela se conheceram em Conceição de Almeida, a 160 quilômetros de Salvador. O casal estava junto há dois anos e não tinha filhos. Silvano trabalhava em um mercadinho do bairro. Correio24

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