O cantor baiano Saulo Fernandes vem atraindo olhares diferenciados em seu primeiro carnaval em carreira solo após deixar a Banda Eva no ano passado. Conhecido pelas composições carregadas de poesias, o artista tem despertado, desta vez, a curiosidade dos apaixonados por moda. Inovador, Saulo, diferente da maioria dos artistas, dispensa o brilho das fantasias. Adepto ao “chinelismo” (estilo próprio e livre), Saulinho, como é carinhosamente chamado pelos fãs, prefere roupas confortáveis, com tecidos leves e que levem ao público uma mensagem.
Foi baseado no gosto do artista, que o stylist Sandro Lopez produziu um figurino com referências nas canções do álbum “Raiz de Todo Bem”. “As letras dele são a inspiração para transformar em figurino”, conta Sandro. Prova disso foi a roupa escolhida para o primeiro dia de folia, na quinta-feira, a Raízes Nordestina. “Quis trazer para a peça de roupa o mesmo sentimento e força que ele [Saulo] traz no trecho:“Oxente cê num’ tá vendo que a gente é nordeste. Cabra da peste’ ”, explicou.
Outra fonte de inspiração são as obras do artista plástico carioca, Élon Brasil, que retrata em telas cotidiano de negros baianos e povos indígenas. Com um discurso coerente ao de Saulo, são as artes de Élon que vão estampar o figurino do cantor no último dia de carnaval, quando irá puxar, pela primeira vez, o bloco Coruja, no circuito Campo Grande. “É uma proposta mais indígena, mais uma vez baseada em uma canção, mas que casa perfeitamente com as telas”. Ficou curioso? Então é só aguardar para ver.