Estádio de Manaus tem capacidade para 44,5 mil pessoas.
Valor inicial da obra era de R$ 499 milhões; local receberá 4 jogos da Copa.
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Com 97,59% das obras concluídas e após quase quatro anos de construção e sucessivos adiamentos de entrega, o estádio da Copa do Mundo em Manaus será inaugurado com o jogo entre Nacional-AM e Remo-PA neste domingo (9). Localizada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da capital, no lugar do antigo estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), foi erguida uma arena com aspectos de "cesto amazônico". As obras custaram R$ 669,5 milhões aos cofres públicos, R$ 170 mil a mais do valor inicial, e também foram marcadas por problemas, impasses com a justiça e mortes de trabalhadores. Veja galeria de fotos da construção da Arena.
A construção da Arena da Amazônia está orçada em R$ 669,5 milhões (sem desonerações fiscais), com R$ 400 milhões de financiamento federal através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor atual inclui um aditivo de R$ 54,4 milhões, incluso ainda no ano passado.
Em 2012, o valor da obra chegou a saltar de R$ 499 milhões (valor original) para R$ 615,9 milhões. No entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou sobrepreço e determinou que valor fosse reajustado para R$ 550 milhões, o que foi feito depois de alguns meses. Porém, as parcelas do investimento do BNDES foram paralisadas até a regularização, o que ocorreu em setembro de 2013.
Arena da Amazônia | |
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Capacidade para 44,5 mil pessoas | |
Estacionamento com 338 vagas | |
Dimensões do gramado: 105mx68m | |
Dois telões de 15,6m² | |
Quatro vestiários e 98 banheiros | |
420 refletores | |
61 camarotes | |
17 bares e lanchonetes |
Estrutura
Com área total construída de 83,5 mil m², a Arena da Amazônia terá capacidade para 44,5 mil torcedores, sendo que durante o mundial a capacidade do estádio será reduzida para 40 mil pessoas. O local possui quatro rampas, que ficam no lado leste, sul e norte. As duas maiores rampas estão defronte à Avenida Constantino Nery. Além disso, ao redor do estádio há uma esplanada de 33 mil m², a 11 metros de altura das vias, para facilitar a circulação do público. Na arena há 61 camarotes, 98 banheiros, sendo 16 para deficientes. Ao todo, o estádio conta com 17 quiosques de alimentação.
Todos os três tipos de assentos da arena são rebatíveis e a diferença é que em alguns setores as cadeiras possuem apoios para braços e/ou estofamento. Há também 118 cadeiras para deficientes físicos ou pessoas com mobilidade reduzida, 69 assentos para obesos e 445 destinados aos acompanhantes. O público em geral não poderá estacionar veículos na Arena da Amazônia, e somente seis vagas foram reservadas para deficientes no estacionamento do local, que tem 264 vagas (automóveis e motos).
Uma das etapas mais difíceis das obras foi a montagem da fachada e da cobertura do estádio. As estruturas de módulos em X foram fabricadas em Portugal e trazidas da cidade portuguesa de Aveiro por navios até um porto em Manaus. As sete mil toneladas das peças geraram complexidade no transporte dos módulos, que foi realizado em três embarques ao longo dos meses de março e outubro.
Mortes
Os serviços no novo estádio e a montagem da fachada e da cobertura foram marcados pelas mortes de três trabalhadores. No dia 28 de março de 2013, o operário Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, morreu ao se desequilibrar e cair de uma altura de cinco metros.
Na madrugada do dia 14 de dezembro de 2013, um operário morreu após cair de altura de 35 metros, no canteiro de obras da Arena da Amazônia. A vítima era Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, natural de Limoeiro do Norte, no Ceará. Ele trabalhava na montagem da cobertura do estádio.
Já no dia 7 de fevereiro deste ano, um trabalhador português de 55 anos, da empresa responsável pela montagem da cobertura e da fachada, morreu ao ser atingido por uma peça que desprendeu do guindaste usado nas obras. O Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu na Justiça do Trabalho a interdição dos trabalhos em alturas, o que causou atrasos no cronograma de obras.
"O sentimento é de missão cumprida. Mesmo com todas as dificuldades e percalços, a união de esforços dos governos federal, estadual e municipal prevaleceu, com o objetivo em comum de preparamos a cidade para este grande evento que é a Copa do Mundo. Com muito esforço, mas com muito orgulho, estamos concluindo essa primeira etapa, que é a inauguração da Arena da Amazônia", avaliou o coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP-Copa), Miguel Capobiango.