Três integrantes da Bamor foram detidos e ouvidos pela polícia. O jovem suspeito de envolvimento na morte do puxador dos Imbatíveis não seria integrante da torcida, disse Bamor
Lucas estava sozinho na loja de suplementos nutricionais, da qual era sócio, quando foi morto a tiros(Foto: Reprodução/Facebook)
Dois suspeitos de envolvimento na morte do puxador da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI), a principal do Esporte Clube Vitória, Lucas dos Santos Lima, 35 anos, foram encaminhados, ontem, ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Assiel de Jesus Ramos, 21, e Daniel de Jesus de Souza, foram ouvidos à noite pela delegada Klaudine Passos, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso. O primeiro, já teve prisão temporária decretada, de acordo com o seu advogado, Creso Gonzalez Vieira.
O segundo, sócio da Torcida Organizada Bamor (TOB), foi detido na sede da entidade, nos Barris. Outros dois componentes da torcida também chegaram a ser detidos, segundo os advogados da organizada, Delfin Paixão e Marcus Vinicius Rodrigues, mas não foram levados à sede da DH.
Eles afirmam que o suspeito preso pela morte de Chapolin — como Lucas era chamado — não faz parte da Bamor. “Sempre que é solicitado, geralmente a cada três meses, enviamos ao Ministério Público a lista com o nome dos integrantes da Bamor. Assiel não é um deles”, garantiu Paixão.
Os pais do jovem, que teve a prisão decretada por 30 dias, também foram ouvidos pela delegada, mas preferiram não dar entrevistas. Procurada, a diretoria da TOB não foi localizada para comentar o assunto. Mas por volta das 21h50, houve reunião sobre a ida de Daniel à delegacia. À tarde, agentes do DHPP informaram que um Palio, que pertenceria a Assiel, estava no estacionamento da instituição para ser periciado.
A mãe de Assiel, que também não se identificou, falou ao advogado do filho que ele não possui veículo, e que a prisão dele não ocorreu na sua casa. A assessoria de comunicação do DHPP não confirmou a existência do carro, a sua origem, ou se o veículo seria o que foi usado pelos criminosos na fuga depois da morte de Lucas.
O puxador da organizada do Vitória foi baleado com quatro tiros na cabeça, dentro da loja de suplementos nutricionais da qual era dono com um irmão, na rua General Labatut, na última sexta-feira. Após o episódio, o puxador da Bamor, Bruno Ribeiro, prestou queixa, no último sábado, à 1ª Delegacia (Barris) por ameaças sofridas via telefone e redes sociais.
O delegado Adailton Adan, titular da 1ª Delegacia, ouviu ontem Ribeiro, que não identificou de onde partiam as intimidações. Os advogados da torcida do Bahia, que acompanharam o puxador, disseram que após a queixa ele não foi mais ameaçado.
No mesmo dia em que ocorreu o homicídio, a Bamor manifestou solidariedade e fez um apelo à não violência. Outro comunicado foi divulgado pela TUI. Ontem, nenhum responsável pela organizada do Vitória foi encontrado para falar sobre o caso.
Ao CORREIO, o diretor do DHPP, Jorge Figueiredo, disse que equipes do departamento estavam nas ruas ainda ontem à noite para apurar a autoria e motivação do assassinado de Chapolin.
“Um grupo (de policiais) voltou para desenvolver (o caso). Amanhã (hoje) devemos ter informações mais precisas”, afirmou. Ainda conforme ele, mais pessoas devem ser ouvidas ao longo da madrugada e pela manhã. “Com relação à motivação eu sou sensato: não há nada que leve a dizer que é rixa (entre torcidas). Mas também não descartamos”. Com base nos depoimentos colhidos ontem, ele diz que está mais perto de identificar quem cometeu o crime.