O único adulto, assumiu a responsabilidade pelo disparo que matou a professora
Dois adolescentes foram apreendidos e um jovem foi preso suspeitos de participarem do assalto e morte da professora de matemática Andrea Borges Astolpho, 40 anos, na manhã de domingo, na Vila Laura. O suspeito maior de idade será apresentado à imprensa a partir das 11h desta terça-feira (6). Danilo Nery Santos, 18 anos, assumiu a responsabilidade pelo disparo que matou a professora. Os outros dois suspeitos têm 14 e 16 anos.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) chegou a divulgar nesta segunda-feira (5) as imagens de câmeras de segurança, que registraram dois suspeitos de matar a professora. Dois homens aparecem correndo nas imagens. Um deles usa bermuda branca e blusa cinza. O outro usa uma bermuda escura e blusa branca, além de carregar uma mochila e colocar a mão na cintura como se estivesse armado.
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Nas imagens aparecem somente dois dos suspeitos. O adolescente de 14 anos teria ficado esperando os comparsas dentro de um veículo roubado, com o qual chegaram ao local, e fugiu ao ouvir o disparo. A arma usada no crime ainda não foi encontrada. Danilo teria atirado porque a professora demorou ao sair do carro e entregar as chaves.
A professora morreu após ser baleada na cabeça dentro do carro, na Vila Laura, na manhã deste domingo (4). Acompanhada do filho de 6 anos, ela chegava à delicatessen Super Panilha, na Rua Raul Leite, por volta das 7h, quando foi abordada por dois homens armados. Andrea procurava vaga para estacionar o Celta, placa OUV-1470. A criança estava na cadeirinha no banco de trás e não se feriu. Andrea foi atingida do lado esquerdo da nuca por um tiro, que atravessou o vidro do Celta.
“Não roubaram nada. O vidro ainda estava fechado. O filho estava no carro com ela. De repente, ela tentou defendê-lo, andou (com o carro) e os bandidos, atiraram”, disse a delegada Maria Tereza Santos Silva, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O veículo seguiu descontrolado até a Rua Carlos Chenaud, onde bateu em um outro automóvel e parou. “A criança estava chorando e um policial a tirou do carro”, disse a delegada no dia do crime.
Os criminosos fugiram andando, sem levar nada. Ainda segundo a delegada, moradores afirmaram que a dupla de assaltantes costuma agir no local. Andrea, funcionária do Colégio Salesiano há dois anos, saiu de sua casa, no condomínio Vila Verde, que fica a cerca de 100 metros da delicatessen. De acordo com uma funcionária do local, que pediu anonimato, a professora ia diariamente à padaria.
O crime causou comoção entre moradores do bairro e a comunidade escolar, onde Andrea ensinava. O corpo da professora foi enterrado domingo à tarde, no Cemitério Campo Santo. A família não quis falar com os jornalistas. A professora foi descrita, em nota de pesar da escola, como uma profissional dedicada, competente e pelo seu “doce modo de tratamento”.
“Ela era incapaz de reagir, mas se assustou e a reação foi acelerar o carro”, acredita uma colega de Andrea, que não quis se identificar. Ela dava aulas de matemática para o 6º ano do ensino fundamental 2. O marido de Andrea, Antônio Araújo, é também professor do colégio e precisou ser medicado para acompanhar o enterro. O filho deles ficou em casa com familiares.
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Corpo da professora foi sepultado na tarde de domingo, no Campo Santo (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) |
Homenagem e protesto
Na manhã desta segunda-feira (5), alunos de Andrea participaram de uma missa em homenagem à professora no Colégio Salesiano, em Nazaré. A missa foi celebrada pelo padre Anderson Avelino. Uma cruz com o nome da professora foi colocada no jardim da escola.
Já os estudantes do Colégio Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes, na Vila Laura, onde Andrea também ensinava, realizaram um protesto na rua Raul Leite, próximo ao local do crime. Com cartazes e faixas, o grupo pediu paz e justiça.
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Estudantes protestaram pedindo paz (Foto: Amana Dutra) |