Caminhada aconteceu em Vila Laura na manhã deste domingo (11).Familiares da professora morta no local também participaram da ação.
Moradores do bairro de Vila Laura, em Salvador, realizam uma caminhada pela paz na manhã deste domingo (11), após completar uma semana que a professora Andrea Borges Astolpho foi morta no local, em uma tentativa de assalto.
A caminhada que partiu de uma igreja do bairro, contou ainda com familiares e amigos da professora. Os moradores do local circularam de branco, com rosas nas mãos e faixas que tinham mensagens de paz.
Durante a caminhada, as pessoas que participaram do ato deixaram flores e faixas com as mensagens no local onde o carro da professora parou após o tiro.
Andrea Borges Aspolpho foi morta na manhã do último domingo (4) por um homem que tentou levar o carro dela. O filho, de 3 anos e que também estava no carro, teria presenciado o crime. Após efetuar os disparos, o assaltante fugiu.
Alunos da professora também se mobilizaram logo após a morte dela. Na manhã de segunda-feira (5), uma missa foi realizada no colégio em que a vítima ensinava, além de um protesto na Rua Mauro Leite, em frente ao Colégio Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes, onde ela também dava aulas.
Investigação
Um garoto de 14 anos, morador de Cosme de Farias, em Salvador, é considerado o articulador do crime que resultou na morte da professora de matemática Andrea Borges Astolpho, de 43 anos, atingida por um tiro após uma tentativa de assalto no bairro de Vila Laura. A informação é da delegada Maria Adail que, na manhã de terça-feira (6), apresentou na sede da Polícia Civil, na Piedade, Danilo Neres Santos, 18 anos, o único dos três suspeitos de envolvimento no crime que é maior de idade.
Além do jovem apresentado, que confessou ter disparado o tiro que matou a vítima, os menores envolvidos na ação foram reconhecidos e apreendidos após a divulgação de imagens das câmeras de segurança do bairro. Eles foram encaminhados para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).
De acordo com o suspeito de 18 anos, autor do tiro que atingiu o pescoço da vítima, ele e outro jovem de 16 anos foram pegos em casa pelo adolescente considerado “líder” da quadrilha em um carro roubado. “Nunca vi um menino tão frio em 32 anos de polícia”, disse a delegada sobre o garoto de 14 anos.
“A criança ficou desnorteada, subindo e descendo, sem saber o que fazer”, afirma ela sobre o filho de Andrea Astolpho momentos após o crime.
O objetivo, segundo relato do criminoso de 18 anos, seria roubar um segundo carro para vender. Ele conta que o trio viu a mãe saindo da padaria na manhã de domingo (4) e colocando o seu filho dentro do carro, modelo Celta, quando resolveu agir. Ele e o colega de 16 anos saíram para abordar a vítima, sendo que o de 14 ficou no carro aguardando o resultado da ação.
O jovem de 18 anos afirmou que disparou contra a professora quando ela acelerou com o carro. A polícia acredita que ela tentava proteger a criança. “Atirei por nada”, disse, ao ser questionado sobre a atitude. “Eu mandei ela parar o carro e ela não parou”, acrescentou, em tom de frieza.
A delegada Maria Adail conta que a mãe do rapaz foi à delegacia e contou que é cega de um olho, ferida justamente em um assalto. Maria Adail aponta também que o suspeito de 18 anos afirmou que os três fazem parte de uma quadrilha de tráfico de drogas que era liderada por “Titanic”, que foi preso em uma operação policial no ano passado.