Durante discussão para votação de Lei da Palmada, deputado evangélico lembra de filme protagonizado pela apresentadora e afirma que ela ”protagonizou um filme pornô”
Em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para votação da Lei da Palmada, o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) afirmou que a apresentadora Xuxa Meneghel teria praticado uma violência contra as crianças, quando “protagonizou um filme pornô”.
“Eu nem falo sobre a violência que passa na tevê todos os dias. A conhecida rainha dos baixinhos protagonizou em 1982 a maior violência contra as crianças quando fez um filme pornô”, afirmou o deputado, fazendo alusão ao filme “Amor estranho amor” em que Xuxa reproduz cenas eróticas com um garoto de 12 anos.
A apresentadora, que era convidada da sessão do CCJ e que não poderia responder, já que apenas integrantes da comissão tem o direito à fala durante as reuniões, fez apenas um gesto de coração, com as mãos. Outros parlamentares fizeram questão de defender a apresentadora.
“Gostaria de deixar claro que essa é a opinião dele [Pastor Eurico]. Não é posição da bancada evangélica”, disse o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que também é integrante da bancada evangélica.
“Cada um tem seu papel relevante na sociedade, seja como parlamentar, seja como artista”, afirmou a deputada Sandra Rosado (PSB-RN).
Xuxa, que deixou a câmara sem dar entrevistas, ainda não se pronunciou sobre as declarações do deputado.
Choro
Segundo a coluna Radar, da Veja, a apresentadora deixou a Câmara chorando. O deputado Júlio Delgado teria seguido a apresentadora para pedir desculpas; “Eu quero me desculpar muito. Em meu nome, do meu partido e em nome de Eduardo Campos. O deputado não será mais titular da comissão e o que ele diz de jeito nenhum representa o que pensa a bancada. Desculpe, me desculpe, de coração”.
Com o pedido de desculpas, Xuxa chorou, diz o colunista Lauro Jardim. Ela respondeu que a mãe é evangélica, assim como outros de seus familiares, e sabe que não é um pensado da bancada religiosa na Câmara e sim “individual”, relata o colunista.