Com impasse entre rodoviários e sindicato, ônibus não circulam em Salvador

Por Redação
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Aos poucos, pessoas começam a lotar o ponto de ônibus da Praça General Labatut na esperança de chegar até o trabalho. (Foto: Louise Lobato)

Mesmo com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que determinou que uma frota mínima com 70% dos ônibus circule por Salvador, a decisão não foi cumprida e Salvador amanheceu sem ônibus nesta terça (27).

Com a maioria dos pontos vazios e poucas pessoas aguardando pelos ônibus, parte da população tentou achar outras formas de chegar ao trabalho. Em grupos, alguns arriscaram caminhar, outros tentavam caronas ou aguardavam ônibus do transporte intermunicipal. Antônio Carlos Rodrigues dos Santos, 42 anos, chegou na Estação Pirajá às 5h para tentar seguir para o trabalho. “Só para chegar aqui na estação tive que pegar duas caronas de carro”, diz o ajudante de obra que ainda não sabe como terminará o percurso.

Parte dos rodoviários permaneceu no Sinergia na madrugada de hoje. Eles rejeitaram a proposta de reajuste, que foi reapresentada por advogados do sindicato da categoria – 9% de aumento no salário e no ticket alimentação, além da redução da carga horária de 8h para 7h.

Centenas de rodoviários foram para o local, insatisfeitos com a proposta aceita em assembleia na tarde de hoje e com a maneira que o sindicato tratou a situação. Muitos afirmam que a assembleia feita à tarde não contou com a maioria da categoria.

Aos poucos, pessoas começam a lotar o ponto de ônibus da Praça General Labatut na esperança de chegar até o trabalho. (Foto: Louise Lobato)

Os advogados do sindicato tentaram convencer os rodoviários da vantagem de aceitar a proposta, acreditando que o dissídio coletivo pode ser pior para a categoria – a primeira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) acontece nesta quinta. Neste caso, caberá à Justiça decidir o reajuste da categoria, podendo favorecer rodoviários ou empresários.

Mesmo com a argumentação, os rodoviários mostraram determinação em continuar parados. “No ano passado foi assim também. Fizeram acordo em um sábado. Dessa vez não podem ceder. Podem demitir todo mundo”, diz um motorista da BTU, que prefere não se identificar. Os rodoviários contam que estão sofrendo pressões das empresas. Alguns devem passar a noite no Sinergia.

Falta de ônibus surpreendeu população nesta segunda-feira (Foto: Almiro Lopes)

A greve estava marcada para começar às 0h desta terça, mas antes mesmo do horário, por conta do racha entre os rodoviários, já houve dificuldades para se conseguir pegar um ônibus na noite desta segunda-feira, mostrando a força do movimento grevista.

*Com informações da repórter Louise Lobato

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