Europeus massacraram no tempo normal, mas perderam gols em demasia e após passarem sufuco no tempo extra se garantem nas quartas de final para enfrentar a Argentina
A promissora geração belga. Tanta expectativa em cima da seleção treinada por Marc Wilmots fez a campanha com 100% de aproveitamento na fase de grupos da Copa do Mundo ter uma pontinha de frustração pelas vitórias com atuações apáticas. Nesta terça-feira, na Fonte Nova, eles deram a melhor amostra do potencial que carregam. Foi um massacre para cima dos Estados Unidos no tempo normal, com generosas doses de sufoco na prorrogação. Mas chamá-los de promissores também significa que eles precisam evoluir. Uma dica: treinem finalização.
Em 90 minutos, a Bélgica criou 30 chances de gol e não balançou a rede dos norte-americanos, acuados com tanto volume de jogo. Não foi no tempo normal, mas bastou o início da prorrogação para os europeus, enfim, acertarem o pé. De Bruyne e Lukaku garantiram o 2 a 1 em Salvador (Green descontou para os Estados Unidos) e colocaram os belgas nas quartas de final do Mundial, tendo agora pela frente a Argentina, no próximo sábado, em Brasília.
Vitória que ilustrou, enfim, que a geração realmente é promissora, mas precisa melhorar se quiser ser vista como potência do futebol. O mais importante é que o triunfo manteve a Bélgica com uma invencibilidade de 14 partidas, sequência que não supera apenas a da Alemanha entre as seleções que disputam a Copa no Brasil.
Bom de drible, ruim de mira
Com a intenção de ter uma atuação mais convincente na Copa, o técnico Marc Wilmots mudou o ataque da Bélgica, colocando Origi, de 19 anos, no lugar de Lukaku. Logo no primeiro minuto, o atacante do Lille recebeu passe de De Bruyne dentro da área e bateu cruzado, mas Howard defendeu com a perna.
Embora tivesse mais posse de bola (51% a 49%), os Estados Unidos não conseguiam finalizar. Foram apenas dois chutes na etapa inicial, o melhor deles aos 20, com Dempsey, mas o goleiro Courtois estava atento. O técnico Jurgen Klinsmann ainda perdeu o lateral-direito Johnson, um dos destaques norte-americanos na Copa, por lesão.
A Bélgica tinha espaço para contragolpear e só não foi para o vestiário com uma vantagem confortável no placar por puro preciosismo – foram oito chances de gol criadas. Aos 22, Vertonghen roubou a bola no meio de campo e deixou De Bruyne de frente para a meta. Em vez de bater, ele preferiu driblar Gonzalez dentro da área para depois chutar no contrapé de Howard, mas a bola foi para fora. Cinco minutos depois, o mesmo Vertonghen cruzou e Beasley evitou o tento de Fellaini.
Além dos belgas, quem também teve espaço para correr foi um torcedor, que invadiu o gramado da Fonte Nova, contando com a demora dos seguranças em tirá-lo do campo. A partida ficou interrompida por quase dois minutos.
Massacre, mas nada de gols
A Bélgica voltou do intervalo da mesma forma em que começou a partida: atacando. Mertens cabeceou com perigo e Howard espalmou. Com os norte-americanos cada vez mais recuados, os europeus tomavam conta do jogo. Origi acertou o travessão, aos dez, e Mertens quase marcou de letra quatro minutos depois.
Até os 30 minutos do segundo tempo, a Bélgica já registrava 22 chances de gol na partida, contra quatro dos norte-americanos, que arriscaram com Dempsey, muito isolado no comando de ataque, às vezes marcado por três defensores.
Do IG