O Brasil perdeu Neymar para a reta final da Copa do Mundo e terá que apostar na força coletiva para superar a Alemanha, nesta terça-feira no Mineirão, em duelo entre duas seleções de tradição por uma vaga na grande final.
A partida será a revanche da final de 2002, na qual Ronaldo ‘Fenômeno’ acabou com o sonho do tetra alemão ao marcar os dois gols da vitória por 2 a 0, em Yokohama, no Japão. Se tivesse vencido, a ‘Mannschaft’ teria igualado o número de títulos do Brasil, mas o técnico Luiz Felipe Scolari levou a seleção ao penta e deixou os rivais para trás, com os três troféus de 1954, 1974 e 1990.
Felipão está de volta para buscar o hexa em casa, mas ganhou uma grande dor de cabeça na última sexta-feira, quando a maior estrela da seleção fraturou uma vértebra nos momentos finais da vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, nas quartas de final.
Sem Neymar, o Brasil está em busca de um novo Amarildo. Em 1962, o ‘Possesso’ substituiu muito bem Pelé, que se lesionou logo na segunda rodada, contra a Tchecoslováquia, e o Brasil conquistou o bicampeonato.
O problema é que, além de Amarildo, aquela equipe também contava com craques como Garrincha, enquanto a equipe atual mostra fortes sintomas de ‘Neymardependência’ e precisa agora mostrar sua força coletiva.
Força coletiva
“De repente, esse momento pode marcar uma revolução nossa. Vamos ganhar a Copa por Neymar, por que ele esperou tanto por esse momento. Isso pode unir ainda mais o grupo”, explicou o capitão Thiago Silva, que também está fora do duelo com os alemães por ter levado o segundo cartão amarelo na competição contra os colombianos.
“O grupo sentiu muito, não apenas a perda do jogador, mas também da pessoa. Ele traz felicidade incrível para o grupo, sempre sorrindo e passando palavras positivas. Ficamos tristes com a situação, mas não podemos nos apavorar, porque temos jogadores de qualidade e todos sabem da responsabilidade de jogar uma semifinal de Copa do Mundo em casa”, comentou Bernard, um dos principais candidatos para substituir o camisa 10.
Willian é outro nome bastante cotado, mas também existe a possibilidade do treinador mudar o esquema de jogo, passando do 4-2-3-1 para um 4-3-3 com três volantes.
Luiz Gustavo, que cumpriu suspensão no último jogo, deve voltar ao time titular. Na sua ausência, Paulinho e Fernandinho jogaram muito bem, mas um deles deve ficar de fora se Felipão optar pelo esquema original.
No treino desta segunda-feira, na Granja Comary, Felipão tratou de despistar os jornalistas ao testar várias opções, mantendo o mistério sobre a equipe que irá começar jogando.
Retrospecto favorável
Para suprir a ausência de Thiago Silva, a escolha do substituto é mais fácil. Quem deve forma a dupla de zaga com David Luiz é Dante, que conhece muito bem vários jogadores da seleção alemã por jogar no Bayern de Munique.
Um dos seus companheiros de clube é o volante Bastian Schweinsteiger, que declarou no domingo que considera o duelo com a seleção anfitriã como “uma grande honra e um grande desafio”, apesar de admitir que “seria ainda mais bonito enfrentar o Brasil na final”.
‘Schweini’ não estava em campo em 2002 (tinha 17 anos), mas sonha em vingar seus antecessores da derrota no único duelo entre os dois países em Copas do Mundo. Nas últimas duas edições, a Alemanha foi eliminada justamente nas semifinais.
O retrospecto geral também é favorável ao Brasil, com 12 vitórias, cinco empates e apenas quatro derrotas em 21 partidas. No último jogo, porém, a seleção perdeu por 3 a 2, e levou um verdadeiro baile, em amistoso disputado em agosto de 2011, em Stuttgart.
No Mineirão, a seleção precisará se superar e fazer da lesão de Neymar uma motivação extra para buscar a vaga para a grande decisão, no dia 13 de julho no Maracanã.
O árbitro da partida será o mexicano Marco Rodríguez, que não viu a mordida de Luis Suárez em Chiellini durante o duelo entre Itália e Uruguai.
Prováveis escalações:
BRASIL: Júlio César – Maicon (ou Daniel Alves), Dante, David Luiz (C), Marcelo – Luiz Gustavo, Fernandinho (ou Paulinho) – Hulk, Oscar, Willian (ou Bernard) – Fred. T: Luiz Felipe Scolari.
ALEMANHA: Neuer – Lahm (c), Boateng, Hummels, Höwedes – Schweinsteiger, Khedira – Özil, Kroos, Götze (ou Klose) – Müller. T: Joachim Löw.
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)