Em carta, candeiense que matou família na França e se suicidou pede que a mulher “não o deixe”

Por Redação
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Em carta, baiano que matou família e se suicidou pede que a mulher "não o deixe"
Em carta, baiano que matou família e se suicidou pede que a mulher “não o deixe”

A carta que o baiano Ubiratan Teles de Almeida, 35 anos, deixou antes de se suicidar, depois de matar a mulher e as duas filhas, não explica a tragédia, mas pode indicar o que motivou o crime, segundo a polícia de Salon-de-Provence, no sul da França. O caso aconteceu no início da semana.

Segundo o jornal francês “La Provence”, na carta Ubiratan fala somente dos problemas amorosos com a mulher, Catherine, de 29 anos. No texto, escrito em português, ele “lamenta não ter sido o marido e ideal e pede que sua mulher não o deixe”. Ubiratan matou a mulher a facadas e enforcou a duas filhas do casal, Suely e Yuna, de 3 e 6 anos. Depois, ele se suicidou por enforcamento.

De acordo com um vizinho e um amigo íntimo do casal ouvidos pelo jornal francês, Catherine decidiu encerrar o casamento duas semanas antes do crime. Ubiratan é descrito pelos vizinhos como uma pessoa gentil e calma, mas que aparentava tristeza. Ele morava na cidade há dez anos.

A carta encontrada estava endereçada para a esposa em uma mesa na sala de jantar. “Surpreendentemente, não há uma palavra sobre o drama que viria a seguir, nem sobre suas filhas”, diz o procurador-adjunto do Ministério Público Olivier Poulet.

A polícia da cidade vai realizar exames para saber se as duas meninas foram envenenadas antes de serem enforcadas. As duas, o pai e a mãe estavam de pijamas quando foram encontrados – e todas as luzes da casa estavam acesas. Segundo o procurador, a tendência é que o caso seja arquivado, já que o suposto assassino se matou.

A pequena cidade francesa está chocada com o crime. Especialistas foram enviados às escolas das meninas para ajudar os colegas a lidar com a notícia. Neste sábado, uma caminhada na cidade irá lembrar da mãe e das duas filhas assassinadas. Colegas de Yuna, a filha mais velha, chegaram a pendurar desenhos no armário da escola da menina, como uma despedida.

Família baiana aguarda
Enquanto o caso é investigado na França, na Bahia a família de Ubiratan aguarda. Prima de Ubiratan, Ana Souza diz que ele era “uma pessoa calma, sossegada e um homem amoroso, principalmente com as filhas”. Segundo a família, Ubiratan conheceu a mulher depois que começou a trabalhar na empresa do pai dela como caminhoneiro. A esposa do baiano trabalhava nas Forças Armadas francesas. “Conhecemos a mulher dele, e os dois tinham ótima relação”, observou o tio José dos Santos.

A irmã do baiano, Karla, chegou do Rio de Janeiro e está em Candeias tentando agilizar o processo de liberação do corpo para ser trazido para o estado. Apesar disso, segundo familiares, o traslado do corpo pode não acontecer por questões financeiras.

Correio24h

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