O deputado federal Luiz Argôlo (SD) afirmou em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, nesta terça-feira (2), que foi apresentado ao doleiro Alberto Youssef pelo ex-deputado federal e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mario Negromonte, durante uma festa de boas-vindas do PP a novos deputados. “Ele [Negromonte] me apresentou como um empresário. Se eu tiro uma selfie com um eleitor e depois descubro que é um traficante, a culpa é minha?”, questionou Argôlo, ao afirmar que o doleiro foi apresentado pelo conterrâneo como um grande investidor, proprietário de hotéis e terrenos.
Em recente entrevista ao Programa Se Liga Bocão, da Itapoan FM, Negromonte afirmou que conheceu Alberto Youssef em 2008, através do ex-líder do PP José Janene, que seria amigo do doleiro e foi um dos réus do mensalão, antes de morrer em setembro de 2010 após sofrer umAcidente Vascular Cerebral (AVC). “Eu fui a um encontro e essa figura estava lá e todos os deputados [do PP] conheceram ele”, afirmou o conselheiro.
Argôlo disse ainda que as conversas dele com o doleiro vazadas à imprensa se referem-se à venda de um terreno do irmão dele para Youssef. O político afirmou que intermediou a transação feita em 2011, no valor de R$ 375 mil. Desse total, segundo ele, Youssef pagou cerca de R$ 200 mil antes de ser preso na operação da PF.
Para Argôlo, ele está sendo usado como “boi de piranha” já que a operação “Lava Jato”, que prendeu o doleiro Alberto Youssef, trata de irregularidades relacionadas à Petrobras.
O relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), anunciou que o processo precisa estar concluído até 24 de setembro, mas admite que nesta data não será possível. O pedetista disse ainda que o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (SP), tentará marcar a sessão para votar o relatório em 1º de outubro.
Fonte: Bocão.