A família do menino de 12 anos que passou pelo primeiro transplante de pele na Bahia espera conseguir ajuda para alugar uma casa para morar com o garoto. Ele teve alta médica adiada por não ter residência que ofereça as condições adequadas para seu estado clínico. Jeferson Borges deveria ter saído do Hospital da Clínicas, em Salvador, local onde passou pela cirurgia, na segunda-feira (13), mas até esta sexta-feira (17) permanecia na unidade.
A família de Jeferson vive em uma casa humilde no distrito de Passé, na zona rural da cidade de Candeias, região metropolitana de Salvador. Segundo Valber Menezes, coordenador do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas, ele não pode ficar exposto à poeira e o risco de infecção é alto caso ele retorne para a antiga moradia.
Em nota, a Prefeitura de Candeias informou que a Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com a Secretaria Municipal de Assistência Social e a Secretaria Municipal de Obras, fará uma visita à família do garoto ainda nesta sexta-feira para “averiguar a situação e dar toda a assistência necessária para que a criança possa retornar o mais rápido possível para o seu lar”.
Adriana Borges, mãe do garoto, afirma que precisa de ajuda para poder pagar o aluguel de uma residência em Salvador. “Eu estou com a fé em Deus que a gente pode achar uma solução lá em Salvador, uma casa. Qualquer pessoa pode ajudar para pagar só o mês da casa”, afirma. Interessados em ajudar a família podem entrar em contato através do telefone (71) 87358711.
Mesmo internado, Jeferson não perde a alegria e conta que quer retornar o mais breve para a casa para reencontrar amigos e familiares. “[Quero] pedir ao povo uma ajuda que, se puder, alugue uma casa para mim. [Quero] abraçar meus amigos, abraçar minha família, meus colegas e recompensar todos momentos que eu deixei para trás”, disse o menino.
(Foto: Imagens / TV Bahia)
Procedimento
Jeferson Borges passou por um transplante de pele no dia 25 de agosto, no Hospital das Clínicas. O garoto ficou internado por 11 meses no Hospital Geral do Estado (HGE), também na capital baiana, após sofrer queimaduras na parte superior do corpo e perder o braço esquerdo.
O garoto relatou que, ao carregar barras de metal no ombro, acabou encostando em um fio e recebeu a descarga elétrica que causou as queimaduras, durante férias com o pai.
O médico Valber Menezes explicou que a pele usada para o transplante pode ser de qualquer pessoa. As células de peles são removidas como um curativo biológico para que o paciente não apresente reação. Com isso, ela fica inerte e pode ser colocada em outra pessoa.
Após este procedimento, a pele é integrada à área do corpo queimada ou ferida, como um curativo. Depois de algum tempo, o paciente pode perder um pouco da pele, mas em áreas menores, onde futuramente poderá receber um enxerto.