O transporte de carga e passageiros segue eminentemente rodoviário no país, de acordo com Mapa da Logística dos Transportes no Brasil, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O trabalho é uma compilação de dados de agências reguladoras, como a Antaq (de transportes aquavirários) e de entidades como a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e o próprio IBGE.
De acordo com o mapa, 61,1% de toda a carga transportada no Brasil usou o sistema modal rodoviário; 21% passaram por ferrovias, 14% pelas hidrovias e terminais portuários fluviais e marítimos e apenas 0,4% por via aér ea, informou o instituto. Os dados usados pelo IBGE são de 2009 e fornecidos pela CNT. Mas desde então esses percentuais continuaram basicamente os meses, de acordo com o mais recente boletim estatístico da confederação, de agosto deste ano.
Em seu mapa, o IBGE informa que apenas das dimensões continentais do país, além da limitação do alcance dos outros modais, o integração entre eles só ocorre em um estado. São Paulo é o único com infraestrutura de transportes na qual as cidades do interior estão conectadas à capital por vasta rede, incluindo rodovias duplicadas, ferrovias e a hidrovia Tietê-Paraná. Além disso, o Estado ainda comporta o maior aeroporto (Guarulhos) e o porto com maior movimentação de carga (Santos) do país.
São Paulo também concentra o transporte de passageiros por via aérea, 26,9 milhões em rotas domésticas e 10,4 milhões em rotas internacionais em 2010, bem acima do segundo colocado, o Rio de Janeiro, 14,5 milhões e 3,1 mi lhões, respectivamente.
Ferrovias
Quanto ao eixo ferroviário, os principais eixos são usados para o transporte de commodities, principalmente minério de ferro e grãos provenientes da agroindústria. Algumas das ferrovias mais importantes são: a Ferrovia Norte-Sul, que liga a região de Anápolis (GO) ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA), transportando predominantemente soja e farelo de soja; a Estrada de Ferro Carajás, que liga a Serra dos Carajás ao Terminal Ponta da Madeira, em São Luís (MA), levando principalmente minério de ferro e manganês e a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que carrega predominantemente minério de ferro para o Porto de Tubarão.
Portos
No caso dos portos, também servem primariamente como vias de saída de commodities, principalmente de soja, minério de ferro, petróleo e seus derivados, que estão entre os principais produtos da exportação brasileira.
Em relação à soja, os principais portos são os de Itacoatiara (AM), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Santarém (PA), São Francisco do Sul (SC) e o Porto de Itaqui (MA). No caso de combustíveis e derivados de petróleo, se destacam os portos de Aratu (Candeias – BA), Itaqui (MA), Fortaleza (CE), Suape (Ipojuca – PE), Maceió (AL) e São Gonçalo do Amarante (Pecém – CE).
Já no transporte de minério de ferro, os que mais movimentam o item são os terminais privados de Ponta da Madeira, da Vale S.A., em São Luís (MA) e de Tubarão, em Vitória (ES). A maior quantidade de carga movimentada nos portos organizados do país está localizada no Porto de Santos (SP), devido à sua posição estratégica.
A pesquisa trabalha com dados do Banco de Informações e Mapas de Transportes do Plano Nacional de Logística dos Transportes (BIT-PNLT) – Ministério dos Transportes; da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Infraero; e da Receita Federal do Brasil. Foram utilizadas bases cartográficas do IBGE e do BIT–PNLT.
O mapa mostra as principais estruturas de transporte do país, como rodovias; ferrovias; e hidrovias, bem como outros associados à logística do transporte de cargas e pessoas no país, pontos de fronteira, aeródromos públicos e terminais hidroviários.
Fonte: Valor Econômico/Alessandra Saraiva