A Coreia do Norte ameaçou nesta quinta-feira (7) realizar um ataque nuclear preventivo contra os EUA, elevando o tom da sua retórica horas antes de diplomatas na ONU votarem se aumentam ou não o número de sanções contra Pyongyang por seu mais recente teste .
Um porta-voz não identificado do Ministério das Relações Exteriores do país disse que o Norte exercerá seu direito de “lançar um ataque nuclear preventivo para destruir os redutos de seus agressores”, porque Washhington pressiona por iniciar uma guerra nuclear contra a Coreia do Norte.
Embora Pyongyang garanta que tem capacidade para lançar um ataque nuclear, não é certo que o país tenha dominado a produção de uma ogiva pequena o suficiente para depositar um míssil capaz de atingir os EUA. Acredita-se que a Coreia do Norte tenha, entretanto, combustível nuclear para a produção de dispositivos do gênero.
A Coreia do Norte tem costume de usar essa retórica inflamada, e esse comportamento tem se tornado frequente nos últimos dias. O país está furioso com a possibilidade de aumento das sanções e com os exercícios militares dos EUA em conjunto com a Coreia do Sul. Em uma marcha realizada nesta quinta-feira, milhares de norte-coreanos protestaram contra as sanções econômicas e os exercícios.
“Agora nossos inimigos estão tentando nos atingir com sanções adicionais, mas nunca poderemos aceitar isso”, disse Ri Kum Il, cidadão de Pyongyang que participava da marcha. “Faremos um ataque nuclear preventivo contra nossos inimigos onde quer que eles estejam e vamos transformar seus redutos em um mar de chamas.”
O Conselho de Segurança da ONU se prepara para impor uma quarta rodada de sanções contra Pyongyang em uma nova tentativa de controlar seus testes nucleares e programas para mísseis balísticos.
O embaixador russo para a ONU Vitaly Churkin, o atual presidente do conselho, disse que o conselho votaria o anteprojeto de sanções nesta quinta. A resolução foi escrita pelos EUA e pela China, um dos aliados mais próximos da Coreia do Norte. O acordo do conselho para colocar a resolução em votação apenas 48 horas depois de sua confecção sinaliza que certamente terá o apoio de todos os 15 membros.
O comunicado do porta-voz da chancelaria norte-coreana foi divulgado pela agência estatal do país. Ele acusou os EUA de liderarem os esforços para atingir Pyongyang com sanções. O comunicado afirma que as novas sanções somente adiantarão o calendário para a Coreia do Norte cumprir promessas anteriores de tomar “poderosas medidas” contra seus inimigos. Ele não especificou quais medidas seriam essas.
O texto diz que a Coreia do Norte “alerta fortemente o Conselho de Segurança da ONU a não cometer outro grande erro como no passado, quando agiu como um servo dos EUA em 1950”.
No início da semana, a Coreia do Norte ameaçou cancelar o armistício assinado em 1953 , ao final da Guerra da Coreia. Na ocasião, entretanto, não foi assinado um tratado de paz, fazendo com que os dois países permanecessem em estado de guerra.
A versão final da resolução, divulgada na quarta-feira, adiciona três pessoas, uma corporação e uma organização na lista de sanções da ONU, caso a medida seja aprovada. Os alvos incluem autoridades de uma empresa que é a principal comercializadora de armas e principal exportadora de equipamentos de mísseis balísticos.
Com AP
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