O corpo do dançarino e produtor Marcos Venício Santos de Jesus, 32 anos, o Nego Pom, que foi morto a tiros e pedradas no Subúrbio, foi sepultado nesta quinta-feira (23) no Cemitério Municipal de Pirajá. Cerca de 300 pessoas acompanharam a cerimônia de enterro, em meio a muita emoção.
A esposa do artista, Larissa Souza Santiago, 20, passou mal durante o enterro e precisou ser carregada por amigos. Entre as centenas que compareceram para a despedida do dançarino estavam família, amigos, fãs e moradores de Pirajá, bairro onde Marcos Venício foi criado;
Depois do enterro, cerca de 30 pessoas fizeram uma manifestação. A pista em frente ao cemitério foi fechada, em meio a pedidos de justiça pela morte do dançarino. Minutos depois, uma guarnição da Polícia Militar chegou ao local e liberou uma das faixas.
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Tio do dançarino, o pintor Luiz Araújo e Silva, 62, lamentou a perda. “Ele era como um filho pra mim. Quando a mãe e o pai dele saiam para trabalhar, ele ficava em minha casa. Mesmo depois de grande ele me tratava assim, como pai de criação. Estamos assustados com tudo isso, não fazemos ideia do que aconteceu”, disse. Outro tio, o rodoviário Altamirando Teles, 62, pediu justiça. “Era uma pessoa excelente, muito alegre e foi uma injustiça que cometeram com ele. Só ele para dizer o que aconteceu”.
O amigo de infância e cantor gospel Carlos Patrício, 32, conhecido como Negão, também falou de Nego Pom. “Ele era um cara muito alegre, dava aula de dança para os jovens. Não tenho nem o que dizer dessa morte, veio totalmente inesperada”, disse.
Guiado pelo GPS, o dançarino e produtor Marcos Venício Santos de Jesus, 32 anos, queria chegar em Vista Alegre. No entanto, acabou parando na Nova Constituinte, em Periperi, território da facção Bonde do Maluco (BDM), local onde foi atacado a tiros e pedradas, na tarde de terça-feira (21).
Segundo uma moradora da região, ele procurava sem saber uma pessoa ligada a uma facção rival. Marcos Venício, dançarino da banda Guetto é Guetto, morreu nesta tarde.
“Ele estava de moto e visivelmente perdido. Perguntou como fazia para chegar em Vista Alegre, porque tinha que pegar o dinheiro na mão de um tal Jefinho para pagar a banda que produzia, a Hit Hall’s”, disse a mulher, que inicialmente não reconheceu o dançarino. “Eu o via com os dreads, mas como ele estava sem, nem liguei o nome à pessoa. Só alguns minutos depois que o reconheci, quando caído e coberto de sangue”, contou a mulher ao CORREIO.
De acordo com a testemunha, por volta das 15h, Marcos Venício entrou na Rua Ana Cristina, que liga a Nova Constituinte a localidade do Congo. Ele queria sair a logo da Nova Constituinte e entrou por conta própria na Rua Ana Cristina, onde parou a moto em frente a um lava-jato. Em seguida, desceu falando no celular, como se estivesse querendo confirmar o endereço com alguém.
Correio24*