Os policiais militares da ativa que foram presos durante uma operação da Polícia Civil ontem foram investigados por ao menos cinco homicídios em Salvador. A operação está investigando a participação dos PMs em crimes de extorsão mediante sequestro, de acordo com o jornal Correio.
O capitão do Departamento Pessoal da Polícia Militar da Bahia (PM), Roque de Jesus Dorea, e o soldado da 37º Companhia Independente da PM (CIPM), Ernesto Nilton Nery, foram alvo de investigação por morte em ações policiais, mas tiveram seus casos arquivados.
Os dois foram presos juntamente com Jorge Adson, um ex-PM que teria sido expulso da corporação, de acordo com a TV Bahia, pela suspeita de terem sido os responsáveis pelas mortes de Joseval Santos Santos e Jeferson Sacramento Santos, padrasto e enteado. Antes desse caso, Roque e Ernesto acumularam denúncias decorrentes de ações policiais que resultaram em mortes.
Segundo o Correio, Ernesto foi investigado por quatro casos diferentes na região da Liberdade, área de atuação da 37º CIPM, entre 2016 e 2020. O primeiro destes registros ocorreu no dia 10 de dezembro de 2016, quando Ricardo Rodrigues de Souza, mais conhecido como Bucha de Sena, acabou morto após uma ação policial no bairro do Curuzu.
Apesar das denúncias contra Ernesto e outros policiais envolvidos nas ações que resultaram nas mortes, o Ministério Público opinou pelo arquivamento dos casos, considerando a legítima defesa. O mesmo ocorreu com o processo que apurou uma ação policial que terminou na morte de Jean Santos da Silva, em 29 de setembro de 2018, no bairro do IAPI, também na região da Liberdade.
A última ocorrência com envolvimento de Ernesto foi registrada em 28 de dezembro de 2020. O caso foi elaborado pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado da Bahia após uma ação na localidade conhecida por “Tampão”, bairro de Santa Mônica, que terminou na morte de Heverton das Neves Cardoso.
Na investigação, não houve conclusão de que Heverton tenha sido vítima de execução e nenhuma testemunha presencial foi localizada, assim como os familiares da vítima não foram encontrados para serem ouvidos. O único caso de investigação contra Roque, que não estava na ativa, foi registrado em 2011, quando ele foi investigado por homicídio simples pela morte de Eduardo Rodrigues da Silva Júnior.
O caso ocorreu em 23 de julho daquele ano, por volta da meia-noite, na Avenida Cardeal da Silva, na Federação. Contudo, o Ministério Público opinou pelo arquivamento por legítima defesa após investigações.