A Polícia Militar do Rio prendeu administrativamente dois policiais suspeitos de terem sequestrado e extorquido o lutador neozelandês de jiu-jitsu Jason Lee.
O atleta, que vive há dez meses no Rio, voltava, na noite do último sábado (23), de uma competição em Resende, norte do Estado, quando teria sido abordado por dois policiais militares na Linha Vermelha, zona norte da cidade.
Os agentes, integrantes do BPVE (Batalhão de Policiamento de Vias Expressas), teriam obrigado o atleta a entrar em um carro descaracterizado, dirigido até um caixa eletrônico e exigido que ele fizesse saques em dinheiro.
No próprio sábado, o atleta postou um relato sobre o ocorrido nas redes sociais.
“Ontem fui sequestrado no Brasil. Não por pessoas aleatórias com armas de fogo, mas por policiais de serviço usando fardas. Eu fui ameaçado de prisão se não entrasse em seu carro e os acompanhasse até um caixa eletrônico para retirar uma grande soma de dinheiro para suborno”.
“Não sei o que é mais deprimente, esse tipo de coisa acontecer a um estrangeiro tão perto dos Jogos Olímpicos ou o fato dos brasileiros terem de viver em uma sociedade que permite esse tipo de cagada diariamente”, escreveu o atleta.
Jay Lee, como é conhecido, registrou o ocorrido na Delegacia do Turista, da Polícia Civil. Instada a apurar o caso, a corregedoria da PM identificou os policiais militares suspeitos do crime.
Segundo o chefe da assessoria de imprensa da PM, coronel Oderlei Santos, os agentes foram presos administrativamente por 72 horas. O porta-voz classificou o episódio como “lamentável” e afirmou que a atitude dos policiais “entristece os 50 mil policiais militares honestos que patrulham o Rio”.
Um inquérito policial militar foi aberto e um pedido de prisão preventiva foi solicitado à Justiça Militar. Caso fique comprovado que os detidos foram os que cometeram o crime, eles podem ser exonerados.