A Polícia Civil da Bahia já mapeou ao menos 24 facções criminosas que estão atuando em território baiano atualmente. Em entrevista ao portal A Tarde, a delegada-geral da polícia judiciária baiana, Heloísa Brito, confirmou a informação e detalhou o surgimento dessas organizações que surgiram após o fim da ‘era Ravengar’ (Raimundo Alves de Souza), figura emblemática que comandava o tráfico de drogas na Bahia nos anos 90.
“Eu vou falar porque ele já faleceu, mas quem já estava na polícia sabe sobre a ‘lenda’ de Ravengar no Morro do Águia. Ele morava no local e dominava o tráfico ali. Quando Ravengar sai daquele local, quando ele é preso, começa a haver uma briga, porque várias outras organizações começam a se estabelecer. Então, nos anos 2000, nós tínhamos as organizações que eram, como diziam, as organizações baianas, e que a gente podia nomear duas, no máximo três, talvez. Hoje, num mapeamento mais amplo, a última vez nós mapeamos 24 delas, só aqui na Bahia”, explicou a delegada em entrevista.
Segundo Brito, sem uma figura central no comando, essas facções criminosas começaram a se aliar com outras organizações maiores da região sudeste, como o Comando Vermelho (CV) – do Rio de Janeiro -, Primeiro Comando da Capital (PCC) – Paulista – e, mais recentemente, o Terceiro Comando Puro (TCP) – Rio de Janeiro.
“São facções baianas que se autodividem, rompem com lideranças e umas com as outras, e aí vão se agregando a organizações criminosas do sudeste, como forma de se estabelecer ali. Então, ela faz essa parceria para poder receber armas e drogas”, completou.
Brito acrescentou que a Polícia Civil está intensificando as investigações para combater a atuação dessas facções criminosas no estado. Medidas estão sendo tomadas para desarticular essas organizações e impedir a propagação da criminalidade. A delegada ressaltou a importância da colaboração da população no fornecimento de informações que possam auxiliar no trabalho policial.